Uso abusivo da
pílula do dia seguinte preocupa profissionais da saúde
Embora não existam dados
estatísticos que comprovem a grande utilização da pílula do dia
seguinte como méTudo contraceptivo no município de Pelotas, as
vendas em algumas farmácias contabilizam números altos.
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Em um único estabelecimento no centro da
cidade, 79 caixas foram comercializadas somente no mês de março. "É
muito. Principalmente se considerarmos que todas estas pessoas não
usaram camisinha e, portanto, ficaram expostas à Aids e a outras
doenças", comenta a farmacêutica. Outras farmácias informam o
aumento das vendas nas segundas-feiras.
Por falta de esclarecimento e comodismo, jovens estão deixando de
buscar meios para evitar a gravidez antes do ato sexual e apelando à
pílula com freqüência, o que abre caminho para as Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DSTs). O méTudo já estaria entre os mais
adotados por adolescentes e moças de classe baixa. "Várias moças do
meu bairro utilizam e muito. Eu sempre digo a elas: e a camisinha,
como fica?", comenta a doméstica Carmen Pereira, 34, mãe de dois
adolescentes.
ALERTA MÉDICO
A ginecologista Flora Inês Mathias Costa lembra que este méTudo
somente deve ser usado em casos de emergência, nunca como rotina. O
uso freqüente da pílula do dia seguinte provoca efeitos colaterais
(veja quadro) e pode até levar a uma grave hemorragia intra-uterina.
No entanto, a médica enfatiza que, se utilizada esporadicamente, a
pílula é uma boa solução para mulheres que tenham praticado sexo sem
precaução e não estão preparadas para ter um filho. "O ideal é se
prevenir antes, mas ainda é melhor usar a pílula do dia seguinte do
que enfrentar uma gravidez indesejada", complementa.
FARMÁCIA MUNICIPAL RESTRINGE USO
Embora há tempos já contasse com algumas destas pílulas para
emergências, há cerca de uma semana a Farmácia Municipal recebeu um
lote maior do medicamento. Rapidamente começou a se espalhar pela
cidade a falsa notícia de que agora a Farmácia Municipal iria
"liberar" a pílula do dia seguinte. A diretora de Saúde Pública da
Secretaria de Saúde, Liliam Iurgel, é contundente: parte do material
será encaminhada ao Pronto-Socorro Municipal, para atender casos
específicos de vítimas de violência sexual, e na Farmácia Municipal
estes medicamentos somente serão entregues via prescrição médica
fornecida pelo Posto de Saúde.
Além disso, para evitar casos de uso abusivo, as unidades básicas
farão controle. "Aquela pessoa que pedir a pílula mais de uma vez ao
mês e logo tornar a solicitá-la no mês seguinte deixará de recebê-la
de modo definitivo", enfatiza Liliam. PREVINIR ANTES DE REMEDIAR
A ginecologista Flora Inês recorda ainda que, mesmo utilizando
pílulas anticoncepcionais diárias, injeções mensais, DIU, implante
no braço ou qualquer outro méTudo contraceptivo, é essencial usar
sempre preservativo para evitar a Aids e outras doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs). "SobreTudo o adolescente tem que se ligar
nisso: faça sexo seguro, use camisinha."
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Fonte:
Diariopopular.com.br
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