Maria Bethânia grava DVD no Canecão
Na manhã desse domingo, a chuva
torrencial fez Maria Bethânia chegar atrasada à gravadora Biscoito
Fino, onde daria entrevistas. "Sempre chove quando eu vou fazer
show", conta a cantora, que reestréia no Canecão, para gravação de
um DVD.
A água é o tema dos dois últimos
discos lançados pela cantora, Mar de Sophia, dedicado ao mar,
e Pirata, inspirado nos rios. "A água é o elemento que eu
escolhi para me expressar sobre política, amor, sexo, modernidade,
MPB, autoria, para falar o que eu quiser", explica a cantora. "É o
elemento feminino, nós fomos geradas na água, somos reservatórios
dela. Acho muito bonita a força da água."
O show correu o País ("Fiz o Brasil
quase todo, de Manaus ao Rio Grande do Sul") e cidades de Espanha,
Portugal e Suíça, onde Bethânia se apresentou no Festival de
Montreux. "A música brasileira já ganhou um espaço significativo no
exterior, existe muito respeito. Foi uma conquista da bossa nova",
analisa Bethânia.
A cantora voltou para casa no dia
seguinte à tragédia do vôo da TAM. "Liguei a TV e vi. Isso causou
uma dor cruel nas pessoas. A primeira coisa que disseram foi: 'Não
viaje de avião'. E vai fazer o quê? Ferrovias não temos, rodovias
decentes não temos. Vamos voltar a andar de cavalo e bicicleta? Eu
acharia ótimo andar em Ipanema de bicicleta", ironiza.
É a deixa para uma crítica aos
caminhos do mundo hoje. "Sou a favor do progresso, da novidade, da
possibilidade de agilidade de contatos que a Internet nos traz. Mas
é horroroso quando o homem perde os seus valores, a honra, a moral,
o respeito, a dignidade", desabafa. "É muito difícil reagir, o mundo
já avançou para este lado, entrou no 'sangue' do mundo. A não ser
que sejamos obrigados. A natureza já está dando o seu recado",
acredita.
"Você vê grandes catástrofes, Londres
com pestes. Londres! Vai chegar uma hora em que vamos ter que fazer
alguma coisa. Aliás, não dá para andar, temos que correr", analisa.
Respeito até dos
paparazzi
Bethânia garante que sua vida é calma mesmo quando está em lugares
públicos. "Fico tranqüilíssima. Se abordam, é sempre com gentileza.
O carioca é uma vedete, ele fala 'Oi, Bethânia, tudo bem? Dá
licença, vou ali...', adoro isso", diverte-se ela.
Nem mesmo os paparazzi incomodam. "Eu
sou uma senhora, me respeitam (risos). Tem gente que procura e isso
permite que os outros (os paparazzi) exerçam sua profissão com
vigor. Depois não pode reclamar", diz. "Não tenho necessidade de
aparecer. Hoje parece que isso é obrigatório, mas não é. Quando eu
cheguei, não tinha essa coisa quase pedinte para que o trabalho
fosse demonstrado. Se eu fosse começar hoje, talvez não tivesse
continuado", acredita.
Fonte:
musica.terra.com.br
Veja historial completo das
notícias destacadas |
|