Cientistas produzem célula-tronco embrionária sem embriões
WASHINGTON (Reuters) - Pesquisadores
transformaram células cutâneas comuns em células que têm aparência e
comportamento de células-tronco embrionárias humanas -- mas sem usar
a tecnologia de clonagem e sem produzir embriões.
O feito, divulgado na terça-feira,
poderá levar à criação de órgãos sob medida para seres humanos, mas
sem os entraves políticos, científicos e éticos do uso de óvulos e
embriões humanos.
A Casa Branca imediatamente elogiou a
descoberta, devido à tradicional oposição do presidente George W.
Bush à pesquisa com embriões, embora os cientistas tenham alertado
que a novidade não significa o fim das pesquisas com embriões.
"Não estávamos evitando a polêmica
ética -- só pensamos que seria uma abordagem alternativa que
funcionaria mais rápido", disse James Thomson, da Universidade de
Winsconsin em Madison, que liderou uma das equipes.
"Este trabalho representa um tremendo
marco científico, o equivalente biológico do primeiro avião dos
irmãos Wright", afirmou Robert Lanza, da Advanced Cell Technology,
empresa de Massachusetts que trabalha no mesmo campo.
"Não é prático usar (a técnica)
agora, mas poderá ser em poucos anos. É realmente o Santo Graal --
conseguir tirar algumas células de um paciente, por exemplo, uma
lâmina da bochecha ou algumas poucas células cutâneas, e
transformá-las em células-tronco em laboratório."
Os pesquisadores admitem que levará
anos até que a técnica possa ser usada em tratamentos médicos. Mais
imediatamente, ela poderá ser usada para estudar doenças.
"Temos de ter certeza de que as
células são seguras", observou por email Shinya Yamanaka, das
universidades de Kyoto (Japão) e San Francisco (Califórnia).
Yamanaka e seus colegas relataram
suas conclusões na revista Cell. Thomson e seus colegas escreveram
sobre seu trabalho na revista Science.
As novas células são chamadas de
células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), e são muito
semelhantes às células-tronco embrionárias -- que funcionam como
"manual de instruções" para todas as células e tecidos do corpo
humano.
Ambas as equipes usaram apenas quatro
genes para transformar as células cutâneas, chamadas fibroblastos,
em iPS.
A equipe de Yamanaka colocou as
células para se transformarem em células cardíacas, que então
bateram em uníssono.
Cada método deve ser patenteado
separadamente.
As duas equipes dizem que as novas
células ainda não estão prontas para o uso em pessoas porque usaram
um retrovírus para transportar os novos genes até as células
cutâneas. Não se sabe se esse vírus seria capaz de provocar mutações
genéticas, que provocariam câncer e outros efeitos colaterais.
Fonte:
yahoo.com.br
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