O presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, deixou o Iraque após a visita surpresa nesta
segunda-feira em uma base aérea protegida por um forte esquema de
segurança, segundo a Casa Branca. Bush, que sinalizou uma possível
redução do contingente americano no Iraque, continua sua viagem com
destino à Austrália para encontro da Conferência Ásia-Pacífico.
Atualmente, há cerca de 162 mil
militares dos EUA destacados no Iraque --entre eles, uma força
adicional de 30 mil que chegou em fevereiro para ajudar a combater a
violência sectária.
Segundo Bush, autoridades militares
dos EUA no Iraque lhe informaram que seria possível manter o mesmo
nível de segurança no Iraque com um número menor de soldados no
país.
"O general [David] Petraeus
[comandante militar dos EUA no Iraque] e o embaixador [Ryan] Crocker
me disseram que a busca pelo sucesso continua, e que é possível
manter o mesmo nível de segurança com menos tropas americanas",
afirmou Bush.
A visita de Bush --mantida em segredo
por questões de segurança-- ocorre antes de o líder americano seguir
para a Austrália. Ele deveria deixar os EUA com destino a Sydney
nesta segunda-feira, mas o Air Force One decolou da base aérea de
Andrews neste domingo.
O líder americano voou 12 horas para
chegar a Bagdá, onde desembarcou em uma base aérea na Província de
Anbar. Após reunir-se com líderes militares americanos, ele se
encontrou com o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, com o presidente,
Jalal Talabani, e com outras autoridades iraquianas em Bagdá.
É a terceira que o líder americano
visita o país desde o início da invasão ao país árabe, em 2003. Bush
esteve anteriormente no Iraque em novembro de 2003 e em junho de
2006. A Casa Branca disse que ele viajou acompanhado da secretária
de Estado, Condoleezza Rice, e do conselheiro de Segurança Nacional,
Stephen Hadley, além de outros assessores.
Pressão
Na sexta-feira (31), Bush reuniu-se
com líderes do Pentágono, que expressaram preocupação com a
permanência de soldados americanos por tempo prolongado no Iraque.
Na próxima semana, David Petraeus,
comandante militar dos EUA no Iraque, e Ryan Crocker, embaixador
americano em Bagdá, apresentarão um relatório a respeito do Iraque
perante o Congresso americano. O documento, ao lado de um segundo
relatório que será entregue pela Casa Branca em 15 de setembro, deve
determinar o próximo passo no conflito.
Na semana passada, um relatório
oficial elaborado pelo Escritório de Supervisão do Governo dos
Estados Unidos [GAO, na sigla em inglês] apontou que o Iraque não
alcançou os 18 objetivos fixados pelo Congresso americano para o
progresso político e militar.
Segundo o jornal, o documento sobre o
país árabe, intitulado "Levando Segurança, Estabilizando e
Reconstruindo o Iraque", afirma que foram atingidos "apenas três dos
18 objetivos" fixados por congressistas americanos para avaliar seu
progresso político e militar.
A versão definitiva do documento
deveria ser enviada nesta terça-feira ao Congresso.
Violência
O documento contradiz o panorama
exposto pelo governo de Bush em julho último, que indicava
diminuição na violência após o início de ampla ofensiva em Bagdá, no
início do ano. "A média de ataques diários contra civis continua a
mesma de seis meses atrás".
De acordo com o relatório, a
"capacidade das forças de segurança iraquianas também não
progrediu". "Algumas unidades enviadas a Bagdá seguem diferentes
grupos, e algumas têm ligação com milícias xiitas, o que dificulta
sua ação contra extremistas xiitas", diz o GAO.
Em resumo, o texto conclui que "a
principal legislação não foi aprovada, a violência continua alta, e
não está claro se o governo iraquiano irá empregar US$ 10 bilhões na
reconstrução".
Fonte:
folha.uol.com.br
Veja historial completo das
notícias destacadas |