Audiolivros:
Gravações de Livros
O mercado de audiolivros -
gravações de livros - começa a dar seus primeiros passos no Brasil.
Antes restritos a públicos especiais, como deficientes visuais e
crianças, os livros narrados ganharam nos últimos anos mais editoras
especializadas. E, conseqüentemente, mais títulos e leitores.
Estima-se que hoje 2,9 milhões de brasileiros leiam (ou escutem)
obras literárias em áudio, segundo uma pesquisa recente do Instituto
Pró-Livro sobre o comportamento leitor no País.
Por trás desse movimento - tímido se
comparado aos Estados Unidos, onde os audiolivros representam 9% do
mercado editorial, porém crescente - está a iniciativa de poucos e
pioneiros empreendedores. Como a do técnico de informática Marco
Giroto, de 28 anos, que criou a Audiolivro em 2006. A idéia de
montar uma editora de livros narrados surgiu durante as "viagens"
diárias que fazia entre sua casa, em São Paulo, e a sede da empresa
em que trabalhava, em Barueri (SP).
"Eu perdia três horas por dia nesse
trajeto. Pensei: deve haver um jeito melhor de aproveitar esse
tempo", conta. Apaixonado por leitura, pesquisou e descobriu o
mercado de audiolivros nos EUA, que movimenta cerca de US$ 1 bilhão
por ano, ou 9% do mercado editorial.
No Brasil, porém, não havia editora
especializada no produto. Com o apoio da esposa Vanessa Ban e do
sogro, que é músico, o técnico investiu suas economias na montagem
de um estúdio e passou a produzir, sozinho, alguns títulos.
No primeiro ano, foram apenas seis.
"Convidei vários autores para gravarem suas obras, mas ninguém
queria, ninguém acreditava naquilo", diz. Resolveu então atacar em
outra frente: comprando os direitos autorais de obras conhecidas e
gravando-as em seu pequeno estúdio. Com a gravação de "Código da
Vinci", após seis duros meses de negociação, vieram os primeiros
contratos de distribuição com grandes livrarias.
Hoje, a editora de Giroto tem 35
títulos e outros 30 a caminho, a serem lançados na Bienal do Livro
de São Paulo, que começa nesta semana. A partir de setembro,
pretende lançar de cinco a 10 obras por mês. "De junho do ano
passado até junho deste ano, nossas vendas cresceram 150%", conta
Giroto, que deixou o emprego em uma multinacional para tocar o
negócio.
Potencial
Atualmente, a Audiolivro, que
funciona em um pequeno estúdio no Tatuapé com 10 funcionários, é uma
das maiores editoras de audiolivro do País. Mas existem pelo menos
outras quatro - todas criadas nos últimos anos - atuando nesse
mercado. "Hoje em dia, todo mundo tem um celular ou tocador de MP3,
os carros saem das fábricas com um MP3 player. Temos aí um potencial
enorme de crescimento", diz o diretor da editora Livro Sonoro, Luiz
Carlos Gioia, de 62 anos.
Gioia deixou o setor editorial
tradicional, onde atuou por 10 anos, para abrir com Gabriel Goés, de
28 anos, a editora de livros em áudio. A empresa surgiu por idéia de
Goés, que conheceu o produto após uma temporada na Suíça. De volta
ao Brasil, fez cursos de áudio e produziu algumas obras, de forma
quase artesanal. Até abrir a empresa neste ano.
A editora já lançou seis títulos de
obras literárias e prepara outros três até o fim do ano. Os
audiolivros serão vendidos em livrarias e pontos alternativos, como
postos de gasolina - "para buscar o leitor que viaja" - e academias.
Além, é claro, da internet. "Todo internauta é um cliente em
potencial."
Outra editora que apostou nesse
público - e em seu potencial de crescimento - foi a Nossa Cultura,
de Curitiba. Criada em 2005, começou com apenas 10 títulos. E pegou
carona, no último ano, no aquecimento do setor. Segundo o editor
Paulo Lago, a empresa deve fechar este ano com 30 lançamentos, em
títulos que vão desde auto-ajuda até guias de viagem.
"Desbravamos um mercado. Hoje até as
grandes editoras já estão interessadas no segmento", diz Lago.
Segundo ele, o faturamento dobrou nos últimos 12 meses. "Tínhamos
uma base pequena", pondera ele. "Mas há um mercado nascente, que
veio pra ficar."
Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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