Mas os autores acautelaram que isso
poderia requerer entre cinco e 15 anos de trabalho.
O estudo, publicado na semana passada
pela PLoS Pathogens, descreve o primeiro densovírus
encontrado no anopheles gambiae, principal vetor de malária na
África.
A espécie se comporta agressivamente,
prefere vítimas humanas e se esconde em moradias. (Alguns mosquitos
preferem animais e não saem das matas durante o acasalamento).
O vírus foi encontrado "completamente
por acidente" quando Jason Rasgon, professor de entomologia do
instituto de pesquisa da malária da Johns Hopkins, estava tentando
infectar mosquitos.
Um mosquito infectado pode transmitir
o densovírus através de seus ovos às futura gerações ou depositá-lo
na água, o que infectaria outras larvas.
Rasgon agora está tentando inserir no
vírus um gene "bomba-relógio" que mataria os mosquitos depois de 10
dias - o que permitiria que se reproduzissem, evitando que a
resistência ao vírus se desenvolvesse, mas não que vivessem o
bastante para causar malária.
O trabalho pode levar anos, disse
Rasgon, não porque a inserção do gene seja difícil, mas devido às
barreiras éticas e regulatórias quanto a infectar mosquitos com um
vírus na natureza.
Os densovírus, que foram encontrados
em outros animais, não infectam mamíferos.