Perdas
bilionárias com fraude do caso Madoff, ex-presidente da Nasdaq
Os grandes bancos
internacionais, tanto na Ásia como na Europa, avaliam em centenas de
milhões de dólares as perdas potenciais ligadas à suposta fraude do
gerente dos fundos americano Bernard Madoff, calculados em US$ 50
bilhões.
Um atrás dos outros, os
grandes nomes das finanças internacionais --como o banco Nomura no
Japão, o francês BNP Paribas, e o HSBC e o RBS (Royal Bank of
Scotland) do Reino Unido-- anunciaram seu nível de exposição aos
produtos da sociedade de investimento de Madoff, corretor de Wall
Street até então muito respeitado, mas agora acusado de uma
gigantesca fraude utilizando o famoso "esquema da pirâmide".
O espanhol Santander, segundo maior
banco em capitalização bancária da Europa, reconheceu na noite de
domingo que os clientes de seu fundo especulativo Optimal estão
expostos a perda de cerca de 2,33 bilhões de euros.
O segundo banco da Espanha, o BBVA,
admitiu, por sua vez, uma perda líquida potencial máxima de 300
milhões de euros, mas destacou que jamais comercializou produtos do
fundo especulativo de Madoff junto a seus clientes espanhóis.
O britânico HSBC, número três mundial
do setor em capitalização financeira, confirmou que pode ter sofrido
uma perda de um bilhão de dólares nesta fraude gigantesca, segundo o
Financial Times.
Outro britânico, o RBS (Royal Bank of
Scotland), do qual o governo britânico possui 57,9% das ações,
admitiu uma perda potencial de 400 milhões de libras
(aproximadamente 460 milhões de euros).
Na França, o Natixis, filial da
Caisse d'Epargne e do Banque Populaire, pode perder até 450 milhões
de euros, enquanto a seguradora francesa Axa avalia uma exposição
nítida de 100 milhões de euros.
O BNP Paribas anunciou perdas
potenciais de 350 milhões de euros através de suas atividades de
mercados e empréstimos concedidos a fundos que investiram nos fundos
especulativos de Madoff.
Os suíços UBS e Credit Suisse
afirmaram que "não estão expostos materialmente à fraude", enquanto
o primeiro banco italiano, o UniCredit, indicou estar ameaçado de
perder aproximadamente 75 milhões de euros.
No Japão, o Nomura Holdings
reconheceu que pode ter perda de 27,5 bilhões de ienes (225 milhões
de euros), mas considerou o impacto "relativamente limitado",
considerando as somas geradas.
Detido quinta-feira e depois liberado
com pagamento de fiança, Madoff, 70, é acusado de ter montado um
gigantesco esquema de pirâmide, pagando juros a seus antigos
clientes graças ao capital injetado pelos novos clientes.
Ex-presidente do conselho de
administração do Nasdaq, Madoff era tão respeitado em Wall Street
que a SEC (Securities and Exchange Commission, a autoridade de
regulação dos mercados americano) o havia nomeado em 2000 membro do
conselho de consultores e solicitava freqüentemente seus conselhos,
segundo o "Wall Street Journal".
As repercussões mundiais da suposta
fraude de Bernard Madoff são o retrato do "entrelaçamento crescente"
das finanças internacionais, comentou segunda-feira o jornal
espanhol "El Pais".
A crise financeira internacional
encontrou em Bernard Madoff "seu homem mau", apesar de a história
das finanças internacionais estar cheia de fraudes piramidais,
segundo o editorial do jornal.
Fonte:
folha.uol.com.br
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