O trabalho consiste em fazer a pessoa
observar uma forma (letra do alfabeto) e reconstituí-la em uma tela
por análise da atividade cerebral do indivíduo. Os pesquisadores
interceptaram sinais elétricos procedentes do olho e verificaram a
relação entre a forma observada e a reproduzida.
Para chegar a este dispositivo de
conversão de sinais cerebrais em imagens de TV, a equipe de Kamitani
desenvolveu uma espécie de decodificador de variações cerebrais,
associando tipos de sinais a formas básicas conhecidas. Em seguida,
combinaram vários pares de sinal-forma para recriar imagens
complexas.
No momento, o sistema é limitado e
não permite reproduzir todas as percepções, exigindo a criação de um
quadro de correspondência entre formas e sinais para cada indivíduo.
"Se um dia conseguirmos reproduzir em imagens os sinais que
atravessam nossos neurônios, poderemos, talvez, ver nossos sonhos e
pensamentos em uma TV, como se fossem filmes ou programas de
televisão".
Segundo os cientistas, este processo
deverá permitir o desenvolvimento de novas formas de interação entre
o homem e as máquinas, estabelecendo um conjunto de relações entre
uma combinação de movimentos e um padrão de sinais cerebrais. A
técnica empregada também poderá permitir a arquitetos e outros
criadores mostrar projetos que passam por suas mentes, quando não
encontram palavras ou traços para reproduzi-las.