Celular chega ao
metrô até setembro
Numa cidade com 8,5 milhões de
celulares, só mesmo embaixo da terra é possível ainda ter um
pouquinho de refresco do barulho dos toques polifônicos e das
conversas incessantes. Ainda, claro - a partir de maio, nem mesmo
esse refúgio estará livre dos celulares. A direção da Companhia do
Metropolitano de São Paulo aprovou, no fim do ano passado, uma
proposta de quatro operadores de telefonia - Claro, Vivo, Tim e
Nextel - para a construção de uma infra-estrutura que irá
possibilitar o funcionamento de celulares em túneis e trens do
metrô.
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A Oi, prestes a entrar no mercado
paulista, também enviou recentemente a papelada para participar do
projeto. O sistema custa R$ 10 milhões, divididos entre as
operadores - no mês que vem, os equipamentos e antenas serão
instalados e começam os primeiros testes. A Linha 2-Verde do metrô
de São Paulo será a primeira a poder tagarelar pelo celular, em
maio. E, até setembro, a companhia promete que os passageiros
poderão usar seus telefones nas 55 estações e nos 61,3 quilômetros
de extensão de túneis.
"Esse sistema já deveria estar em
funcionamento por aqui, mas a primeira licitação simplesmente não
deu certo", diz Sérgio Avelleda, diretor de Assuntos Corporativos do
Metrô. Cidades como Tóquio, Hong Kong, Santiago e até Rio de Janeiro
já usufruem do sistema - em Buenos Aires, só para causar inveja, não
só é possível usar o celular como também acessar internet sem fio de
graça. "No Rio, por exemplo, é mais fácil instalar esse tipo de
estrutura porque a empresa do metropolitano de lá é privada, não tem
toda a burocracia. Mas agora vai, está tudo encaminhado."
As empresas de telefonia terão uma
infra-estrutura física única e dividirão o espectro (ao contrário do
Rio, onde cada operadora implantou sua rede própria em 2001). Pelo
acordo, as operadoras irão pagar uma taxa mensal pela concessão -
que começa com R$ 73 mil no primeiro mês de funcionamento para cada
uma das empresas e sobe até R$ 93 mil a partir do quinto mês.
Para efeito de comparação, as
estações de metrô de Nova York também irão ganhar cobertura de
celular para voz e dados. O grupo privado Transit Wireless
desembolsará US$ 250 milhões pela empreitada - em troca, a empresa
ganhará parte da receita das ligações. Mas, como muitos
nova-iorquinos já começaram a reclamar que não queriam ouvir os
toques de celular dentro dos vagões, a Metropolitan Transportation
Authority, que gerencia os transportes na cidade, já decidiu limitar
a cobertura às estações e plataformas. "Aqui não teremos essa
limitação, as pessoas querem usar o celular mesmo nos vagões", diz
Avelleda.
Metrô mobile
Com esse novo sistema de telefonia
celular, o Metrô também espera incrementar o serviço que fornece
informações para facilitar as viagens na região metropolitana.
Chamado "Metrô Mobile", ele já funciona pelo endereço eletrônico
www.metrosp.mobi e pode ser acessado por qualquer celular
devidamente configurado.
O site permite consultar os horários
de abertura e fechamento das estações, os trajetos possíveis na rede
metropolitana de transporte público sobre trilhos e todas as
conexões existentes entre elas, além do tempo previsto para cada
percurso e seu custo final.
Fonte:
folha.uol.com.br
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