Oscar consagra os
irmãos Coen
HOLLYWOOD (AFP) - A 80a. edição
do Oscar representou a consagração dos irmãos Joel e Ethan Coen, que
viram seu "Onde os Fracos Não Têm Vez" sair da festa de premiação
como o grande vencedor da noite, com quatro estatuetas, incluindo
melhor filme e direção para a dupla, confirmando o favoritismo que
havia sido estabelecido na temporada de prêmios.
O longa-metragem de Joel, 53 anos, e
Ethan Coen, 50, também levou o Oscar de roteiro adaptado e ator
coadjuvante, para o espanhol Javier Bardem. Os Coen tinham apenas um
Oscar em sua carreira de mais de 20 anos, pelo roteiro original de
Fargo em 1997.
A fiel adaptação do livro do escritor
americano Cormac MacCarthy, "Onde os Velhos Não Têm Vez" ("No
Country for Old Men"), se passa no início dos anos 80 no Texas,
perto da fronteira com o México, para narrar uma história de
narcotráfico com um vilão implacável, Anton Chigurh, na pele do
espanhol Javier Bardem.
Os quatro prêmios de interpretação
foram atribuídos a estrangeiros. O melhor ator foi o britânico
Daniel Day-Lewis, que recebeu o segundo Oscar de sua carreira, pelo
papel de um prospector de petróleo inescrupuloso no filme "Sangue
Negro."
O ator britânico, que vencera o Oscar
pela primeira vez em 1989 por "Meu Pé Esquerdo", confirmou o
favoritismo depois de ter recebido diversos prêmios por sua
interpretação de Daniel Plainview no longa de Paul Thomas Anderson,
que também levou a estatueta de fotografia.
No agradecimento, o britânico fez uma
homenagem à atriz Helen Mirren, que entregou a estatueta, e citou a
esposa e os filhos, além do diretor do filme.
A estatueta de melhor atriz ficou com
a francesa Marion Cotillard, de 32 anos, por sua interpretação de
Edith Piaf em "Piaf - Um Hino ao Amor".
Ela foi a segunda atriz a levar a
estatueta por uma atuação em um idioma que não o inglês. A primeira
foi a italiana Sophia Loren, em 1962.
"Oh, muito obrigado. Olivier, o que
você fez comigo, você balançou a minha vida. Você realmente balançou
minha vida", afirmou ao agradecer ao diretor Olivier Dahan.
"Estou sem palavras .. agradeço à
vida, agradeço ao amor - e é verdade, existem alguns anjos nesta
cidade. Muito, muito obrigado".
Cotillard, 32 anos, foi a segunda
francesa a vencer na categoria principal, depois de Simone Signoret
em 1960. Juliette Binoche venceu como atriz coadjuvante em 1997 por
"O Paciente Inglês".
Entre os atores coadjuvantes, uma
barbada e uma surpresa, com as vitórias de Javier Bardem, já
esperada, e da britânica Tilda Swinton, que não estava entre as
favoritas e garantiu o único prêmio da noite para "Conduta de
Risco".
Bardem é o primeiro espanhol a
receber um Oscar de interpretação.
Em um discurso emocianado, o ator
agradeceu em espanhol à mãe, a atriz Pilar Bardem, que o acompanhava
na cerimônia. Também agradeceu aos irmãos Coen e fez piada sobre o
penteado de seu personagem no filme.
Com o papel do assassino Anton
Chigurh, Javier Bardem já havia conquistado todas as estatuetas da
temporada de premiação do cinema americano, incluindo o Globo de
Ouro e o prêmio do Sindicato dos Atores (SAG).
A britânica Tilda Swinton surpreendeu
ao vencer o Oscar de atriz coadjuvante por seu papel de fria
advogada em "Conduta de Risco", que havia sido indicado em sete
categorias.
"Uau, eu não esperava por isto, feliz
aniversário baby", disse a atônita atriz ao receber a estatueta .
A atriz não estava entre as mais
cotadas da categoria, que para muitos tinha como favoritas a
australiana Cate Blanchet ("Não Estou Lá") e a veterana Ruby Dee ("O
Gângster").
A atriz de 47 anos, formada em
Cambridge, integrou a Royal Shakespeare Company antes de se dedicar
aos longas-metragens.
"Onde os Fracos Não Têm Vez", com
oito indicações, saiu da festa com quatro estatuetas. "Sangue
Negro", que concorria ao mesmo número de categorias, levou apenas
duas.
O segundo filme mais premiado da
noite foi "Ultimato Bourne", que brilhou nas categorias técnicas e
venceu em três categorias: montagem, edição de som e mixagem de som.
"Piaf", além de melhor atriz, também
foi o ganhador na categoria maquiagem.
A comédia "Juno", que recebera quatro
indicações, incluindo filme, atriz e diretor, levou o Oscar de
roteiro original, escrito pela novata Diablo Cody, que antes de
trabalhar em cinema chegou a atuar como stripper.
Muito emocionada, a roteirista de 29
anos agradeceu à família, à atriz Ellen Page e ao diretor Jason
Reitman. Além disso, dedicou a estatueta aos escritores, que
realizaram uma greve de quase três meses para obter melhores
condições de trabalho.
Na categoria de filme estrangeiro, o
prêmio foi para a Áustria com "Die Fälscher" ("The Counterfeiters"),
que mostra a produção de dinheiro falso em um campo de concentracção
durante a Segunda Guerra Mundial.
O melhor filme de animação foi "Ratatouille".
O Oscar honorário foi atribuído ao diretor de arte Richard Boyle, de
98 anos.
A cerimônia de 80 anos do Oscar foi
apresentada por Jon Stewart, que parece ter agradado os artistas com
piadas sobre Hollywood e o momento político dos Estados Unidos, em
meio às primárias dos partidos Democrata e Republicano.
Veja a lista completa de
vencedores
Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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