Chávez pede a Europa que tire Farc da lista de terroristas
O presidente venezuelano, Hugo
Chávez, pediu que a Europa remova as Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) da
lista de grupos terroristas, para que elas sejam reconhecidas como
um Exército, como forças insurgentes
colombianas. O governo de Bogotá afirmou que a proposta de Chávez é
um despropósito e que o líder não pode fazer um pedido dessa
natureza.
Segundo o chefe de
governo, este é o único caminho para livrar a Colômbia do conflito
armado. As Farc e o ELN "não são terroristas, são verdadeiros
Exércitos. Eles devem ser reconhecidos", disse Chávez, um dia após
ter conseguido a libertação de duas reféns importantes mantidas pela
guerrilha venezuelana. "eles são forças insurgentes com um projeto
político", afirmou.
Chávez respondeu as
declarações do ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos,
chamando-o de "antibolivariano e antichavista visceral", e que sente
repulsa por ele. O presidente disse ainda estar disposto a retomar o
diálogo com seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para tratar de
impulsionar um processo de paz nesse país, após as relações
bilaterais passarem por sua pior crise recente quando Bogotá retirou
Chávez do processo de negociação com as Farc, em novembro.
"Senhor presidente da Colômbia, quero
retomar com você o diálogo, mas em um novo nível. Peço-lhe que
comecemos reconhecendo as Farc e o ELN como forças insurgentes da
Colômbia e não como grupos terroristas e assim peço aos governos
deste continente e ao mundo", disse Chávez.
Vitória de Chávez
O presidente da Venezuela, que há pouco
tempo enfrentou revezes em sua reforma socialista, obteve uma grande
vitória política com a libertação das duas colombianas seqüestradas
havia anos por rebeldes marxistas. O acordo aumenta as esperanças
pela soltura de outras dezenas de reféns mantidos em cativeiro em
acampamentos secretos na selva, como a ex-presidenciável Ingrid
Bettancourt, e foi uma recompensa a Chávez, que foi duramente
criticado devido a uma operação frustrada de buscar as reféns na
véspera do Ano Novo.
Para alguns analistas, a reputação de
Chávez saiu fortalecida, um mês depois da surpreendente vitória no
referendo que ampliaria seus poderes. "Chávez pode dizer agora que é
um líder regional comprometido com a paz", disse Michael Shifter,
especialista em América Latina do centro de estudos Diálogo
Interamericano.
Chávez levou as duas mulheres a Caracas
e posou para fotos abraçado a elas, fazendo carinho no cabelo de
Clara Rojas e segurando a neta de Consuelo González. O venezuelano
prometeu ainda continuar trabalhando para soltar os reféns e
convidou o governo colombiano e os líderes guerrilheiros a negociar
em solo venezuelano. "Que comece um diálogo de paz, não só para
liberá-los, que é o primeiro passo, mas para o segundo passo, que é
a paz", disse ele. "Não baixe a guarda, presidente. Os que ficaram
(seqüestrados) lhe mandam dizer isso, essa mensagem. O senhor está
nos ajudando a voltar a viver", disse Consuelo González ao
presidente.
Fonte:
bbb.globo.com
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