Pela primeira vez, formação de planeta pôde ser observada
PARIS (AFP) - A formação de um planeta
no interior do disco de poeira e de gás que envolve uma jovem
estrela pôde, pela primeira vez, ser observada nos arredores da TW
Hydrae, uma estrela jovem que tem idade entre 8 e 10 milhões de
anos, afirmou um estudo publicado na edição desta quinta-feira na
revista Nature.
Uma equipe de astrônomos do instituto
Max-Planck de Astronomia em Heidelberg, na Alemanha, detectou a
existência de um planeta com massa cerca de 10 vezes superior à de
Júpiter (o maior planeta do sistema solar). Este exoplaneta, ou
seja, que orbita uma estrela que não é o Sol, precisa de 3,56 dias
para contornar sua estrela, distante dele 0,04 unidades astronômicas
(UA), ou seja, 25 vezes menos que a distância da Terra até o Sol.
Para efeito de comparação, a Terra precisa de 365 dias e 6 horas
para contornar sua estrela, o Sol. Para chegar a estes números, os
astrônomos recorreram a um método de cálculo baseado nas emissões de
luz feita pela TW Hydrae.
"Isto prova que os planetas podem se
formar em dez milhões de anos, antes de o disco ser dissipado pelos
ventos solares e pela radiação", que chega cerca de 10 milhões de
anos depois do nascimento de uma estrela, afirmam os astrônomos de
Heidelberg.
Hoje em dia, é admitido que os
planetas se formem em discos de poeira que circundam as jovens
estrelas. Mas o processo que conduz a sua formação ainda continua
cheio de mistérios.
Até o momento, nenhum planeta tinha
sido detectado ao redor de uma estrela com idade inferior aos 100
milhões de anos. O sistema solar, por exemplo, tem 4,57 bilhões de
anos.
"O crescimento de grãos de poeira da
ordem do micrômetro (a milionésima parte do milímetro) para formar
os embriões de planetas a partir de coalizões é, provavelmente, o
mecanismo que leva à formação dos núcleos planetários", segundo
Johny Setiawan e seus colegas.
Ao crescerem, estes núcleos acabam
possuindo mais massa e passam a reter uma parte do gás suspenso no
entorno da estrela, explicam os cientistas. Contudo, a equipe de
Setiawan salienta não ter sido excluída a hipótese de que os
planetas gigantes sejam formados diretamente pelas instabilidades
gravitacionais no disco de poeira das estrelas.
No total, cerca de 270 planetas são
conhecidos atualmente, a descoberta do primeiro exoplaneta foi em
1995.
Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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