Mona Lisa, de Da Vinci é um retrato de Lisa del Giocondo
BERLIM - Uma equipe de
cientistas alemães da Universidade de Heidelberg acabou com o
mistério sobre a identidade da Mona Lisa, o retrato mais famoso do
pintor italiano Leonardo da Vinci, e confirmou a tese de que o
quadro se trata de Lisa del Giocondo. A tese desbanca teorias
anteriores sobre a modelo.
A Universidade anunciou que a
verdadeira identidade da Mona Lisa foi descoberta há mais de dois
anos pelo especialista em manuscritos Armin Schlechter, que
certificou que a mulher do misterioso sorriso é Lisa Gherardini,
esposa do poderoso mercador florentino Francesco del Giocondo.
Schlechter baseou suas afirmações em
uma fonte descoberta durante os trabalhos de catalogação do fundo
documentário da Universidade de Heidelberg na hora de preparar o
registro de incunábulos (livros impressos que datam dos primeiros
tempos da imprensa, ou seja, até o ano de 1500).
Uma edição de Cícero impressa em 1477
contém uma anotação do funcionário da Chancelaria florentina
Agostino Vespuci na qual compara Leonardo da Vinci com Apeles, o
grande pintor da Grécia Antiga.
A anotação de Vespuci, datada de
outubro de 1503, destaca que da Vinci trabalhava nesse momento na
realização de um retrato de Lisa del Giocondo.
A nota marginal de Vespuci
possibilita a exata datação da obra e confirma as afirmações de
Giorgio de Vasari, que em 1550 foi o primeiro a identificar por
escrito a identidade da Mona Lisa.
Vasari (1511-1574), um alto
funcionário da época, publicou em 1550 um catálogo artístico no qual
figurava a Mona Lisa, obra que datava de entre 1503 e 1506.
Pelo fato de Giorgio de Vasari ser
considerado pouco confiável, seu catálogo foi publicado quase 50
anos depois que o quadro foi pintado e o próprio Leonardo da Vinci
nunca mencionou esse retrato, até agora se tinha posto em dúvida o
que agora parece a identidade definitiva da Mona Lisa.
A Universidade de Heidelberg destacou
que a descoberta de Armin Schlechter já foi publicada em maio de
2005, quando um catálogo foi editado por ocasião de uma exposição de
incunábulos que aconteceu no centro acadêmico. Na edição, figurava a
obra de Cícero com a nota marginal de Vespuci sobre Leonardo da
Vinci e a Mona Lisa.
Teses
anteriores
A descoberta parece desbancar teses
anteriores, como a do lingüista Mario Alinei, que em um livro
publicado em 2006 afirmava que a Mona Lisa era o "retrato de uma
jovem e bela mulher morta, cujos olhos não haviam sido fechados
ainda".
Já a cientista Lillian Schwartz, dos
Laboratórios Bell, sugere que a Mona Lisa é na verdade um
auto-retrato de Leonardo, vestido de mulher. Esta tese baseia-se no
estudo da análise digital das características faciais do rosto de
Leonardo e os traços do modelo representada.
O historiador Maike Vogt-Lüerssen,
por sua vez, sugeria que a mulher por trás do sorriso famoso é
Isabel de Aragão, Duquesa de Milão, para quem Leonardo da Vinci
trabalhou como pintor da corte por 11 anos.
Houve também quem afirmasse que a
mulher representada na obra prima de Da Vince não sorri, e que sua
enigmática expressão não é mais do que ilusão de ótica.
Fonte:
estadao.com.br
Veja historial completo das
notícias destacadas
|