Software reduz custos dos cuidados com a diabete
Lançado pelo Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, o GlicOnline,
software que calcula as doses de insulina a serem administradas para
pacientes diabéticos pode representar uma economia considerável nos
gastos com os cuidados com a diabete. A perspectiva tem como exemplo
a experiência do médico Kléber Tavares, que administra o Hospital
Domiciliar, em Belo Horizonte (MG), e percebeu uma redução de 18%
nos gastos de seus pacientes com complicações decorrentes da diabete
depois da adesão ao sistema, em junho do ano passado. "Com o
controle da glicemia, não tem complicações, então diminuem as
internações, as complicações renais, de retina, infartos, derrames",
avalia Tavares. "Aumentou a liberdade e melhorou a qualidade de vida
do paciente".
O controle glicêmico (controle de
'açúcares' no sangue) é uma das preocupações do paciente diabético
para evitar complicações crônicas como as cardiovasculares, que, em
muitos casos, pode levar a morte. O GlicOnline, experiência pioneira
no mundo, informa em tempo real as doses corretas de insulina de
acordo com as informações fornecidas pelo paciente, em um cálculo de
previsão dos níveis glicêmicos que, feito à mão, costuma chegar a
resultados imprecisos que influenciam na administração incorreta da
insulina.
"Em clínicas particulares e para
planos de saúde, certamente representará uma economia", prevê
Tavares. Um dos idealizadores do GlicOnline, Floro Dória, acredita
que possa existir interesse entre vários grupos no mercado, como a
indústria produtora de insulina, as operadoras de telefonia celular
e operadoras de plano de saúde. Dória e a equipe que trabalhou no
desenvolvimento do software estão negociando com várias empresas
desses segmentos para difundir a ferramenta. "É uma questão de
utilidade pública, e, para eles, uma redução de custo", afirma o
empresário.
Estimativa
Estimativa da Sociedade Brasileira de
Diabetes (SBD) dá conta de que existem entre 8 e 10 milhões de
diabéticos no Brasil. O custo da doença, avalia a presidente da
entidade, Marília de Brito Gomes, é subestimado por não haver no
Brasil estudo recente e amplo sobre a doença, que considere as
variáveis que podem até dobrar o gasto em casos de complicações e
internações, não raras. Mas a experiência ainda nova de Tavares em
Belo Horizonte e os resultados obtidos no HC de São Paulo têm
animado os idealizadores. "Pretendemos chegar até o SUS (Sistema
Único de Saúde), mas a negociação precisa ser bem feita", considera
Dória.
O GlicOnline resultou de um projeto
desenvolvido no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas da
Universidade de São Paulo (USP) e contou com financiamento de R$ 500
mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A equipe que desenvolveu o sistema é composta por médicos,
arquitetos de sistemas, nutricionistas e administradores, além dos
próprios pacientes para tornar a interface do sistema clara e
funcional. "A gente criou o modelo de negócio de maneira a não
aumentar o custo que ele (o paciente) já tem", explica Dória. Mesmo
correndo para difundir o software, Dória garante: "não temos
intenção de lucrar com isso. O GlicOnline foi desenvolvido pra
ajudar e melhorar a qualidade de vida do diabético".
Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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