ABDOMINOPLASTIA NO BRASIL
A parede do abdômen é
constituída de uma série de camadas que envolvem e protegem os
elementos que estão colocados no interior da cavidade abdominal. Se
forem analisadas essas camadas observaremos, abaixo da pele, uma
grossa camada, chamada de subcutâneo, que é constituída
fundamentalmente de tecido gorduroso. Mais profundamente,
encontramos três capas superpostas de tecido muscular. Esses
músculos formam a parede muscular que permite o esforço de contração
abdominal com compressão das estruturas profundas viscerais. No
momento em que realizamos um determinado esforço, por exemplo, o
esforço da defecação, esses músculos se contraem e comprimem
estruturas profundas, desencadeando uma determinada ação.
De todas as regiões
do organismo, a parede abdominal é, provavelmente, uma das que mais
freqüentemente acumula gordura, a qual se deposita no subcutâneo. A
parede abdominal é sujeita à alterações importantes em determinadas
fases do ciclo de vida de alguns indivíduos.
Nas mulheres,
durante a gestação, pela presença de uma massa (o feto), que se
desenvolve de maneira bastante volumosa no interior da cavidade
uterina, ocorre um aumento importante de toda a cavidade, fazendo
com que a musculatura, em determinadas circunstâncias, possa sofrer
alterações, com o afastamento das massas musculares na linha média.
Exatamente na linha média existe uma linha vertical que passa pela
cicatriz umbilical onde os grupamentos musculares do lado direito e
do lado esquerdo fundem-se. Quando ocorre o aumento intra-abdominal
gestacional, esta linha pode sofrer um processo de afastamento.
Esse esgarçamento
faz com que, na linha média, possam aparecer hérnias. Hérnias são
zonas de fragilidade da parede muscular que permitem a saída de
vísceras (porções de intestino) de dentro da cavidade para o
exterior. Essas hérnias podem tornar-se mais ou menos volumosas,
dependendo do grau de pressão intra-abdominal e do grau de alteração
da parede muscular.
Essas modificações
internas manifestam-se na porção externa da parede abdominal com
alterações mais ou menos volumosas. Sabe-se que mulheres que têm
gestações sucessivas apresentam mais facilidade para o aparecimento
desse quadro.
O que é
abdominoplastia?
Pelas razões acima
explicadas - patologias ou doenças da parede abdominal - é
necessário, com maior ou menor freqüência, a correção cirúrgica da
parede abdominal. A cirurgia da parede abdominal é denominada de
abdominoplastia.
A abdominoplastia
visa a correção funcional e estética da parede abdominal. Dependendo
do tipo de anormalidade, pode ser necessária a correção dos
elementos profundos, musculares, ou os da superfície, com a retirada
dos excessos gordurosos.
No homem também
ocorrem alterações da parede abdominal, fundamentalmente por conta
de flacidez da musculatura e devido a acúmulo gorduroso na porção
abdominal inferior abaixo da cicatriz umbilical.
Quando gestações
sucessivas causam alterações na parede abdominal da mulher, ou
quando, tanto na mulher quanto no homem, o excesso de depósito de
tecido gorduroso desencadeia uma saliência não estética, ou ainda,
após um extenso emagrecimento, o excesso de tecidos resultantes no
abdômen pode exigir correção. Nessas situações, cabe ao cirurgião
plástico a correção desses defeitos.
O tipo de anestesia
a ser utilizado nessa intervenção cirúrgica pode ser combinado com o
cirurgião ou com o anestesista em uma visita pré-operatória.
Como é feita
a cirurgia?
Durante a cirurgia
é realizada uma incisão com o mesmo posicionamento da incisão
habitualmente utilizada na cesariana. Entretanto, é importante
frisar que a incisão utilizada na abdominoplastia é bem mais longa.
É feito então um descolamento amplo em toda a parede anterior e
lateral do abdome. Com este campo operatório preparado, a parede
muscular pode ser examinada detidamente e as alterações corrigidas
minuciosamente.
-
Hérnias podem
ser fechadas,
-
esgarçamento da
linha média pode ser corrigido e,
-
associado a
isso, pode ser retirado o excesso de gordura da parede.
Corrigidos os
defeitos dos elementos profundos e superficiais, é feito então o
fechamento da parede e a recolocação da cicatriz umbilical em sua
posição normal. O paciente é posicionado na cama de forma
semi-fletida (dobrada), o que impede a tração nos tecidos
trabalhados. Em geral, a hospitalização para esse tipo de
procedimento cirúrgico dura de dois a três dias.
Como é o
pós-operatório?
Durante as
primeiras semanas de pós-operatório, o paciente não deve realizar
esforços físicos, pois existe o risco de abertura das suturas
realizadas na musculatura. Depois desse tempo, gradualmente, o
paciente vai voltando à sua vida normal, e os esforços podem tornar
a fazer parte da sua rotina. A cicatriz resultante dependerá
fundamentalmente da qualidade de cicatrização desse paciente em
particular. Cada indivíduo apresenta uma peculiaridade especial no
que diz respeito à cicatrização. Existem indivíduos que após uma
cirurgia desse tipo ficam com uma cicatriz quase imperceptível.
Outros, entretanto, formam cicatrizes hipertróficas ou queloideanas
que alteram o resultado final satisfatório do procedimento. Claro
que sempre existirá a possibilidade de tentativa de melhoria dessas
cicatrizes.
A cicatrização é um
fenômeno que depende de elementos intrínsecos e extrínsecos. Os
fatores extrínsecos dependem do cuidado com o manejo dos tecidos. Os
fatores intrínsecos dependem fundamentalmente das características
genéticas e pessoais do indivíduo. Existem situações em que, apesar
de todos os cuidados, o resultado das cicatrizes não é de boa
qualidade, pois as características do indivíduo não permitem uma
cicatrização esteticamente satisfatória.
Freqüentemente, são
necessários procedimentos cirúrgicos de retoques em
abdominoplastias. Esses retoques podem se constituir em tentativas:
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