Clara Rojas diz
que não votaria em Ingrid Betancourt para a presidência
BOGOTÁ (AFP) - Clara Rojas, que
também encarna um dos maiores dramas de seqüestro em território
colombiano, desde que foi feita refém pela guerrilha em 2002, junto
com a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, declarou na
quinta-feira que, hoje, não votaria em sua antiga companheira, caso
ela se candidatasse.
Rojas, uma advogada de Bogotá, foi
seqüestrada em 23 de fevereiro de 2002, quando tinha 38 anos e
aparecia na política junto com Betancourt, a então aguerrida
senadora e candidata à presidência, da qual também era assessora.
Foi libertada em janeiro deste ano
pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Ambas foram presas quando viajavam
pela estrada para San Vicente del Caguán (sul) para um ato de
campanha, desobedecendo a advertência do governo sobre o risco de
fazê-lo, já que três dias antes havia sido rompido o processo de paz
acordado com as Farc por três anos neste encrave rebelde.
Os guerrilheiros disseram a Clara que
poderia ir embora, mas ela decidiu acompanhar Betancourt, em uma
atitude que sua mãe, Clara González, avaliou como coerente com seu
jeito de ser.
Apesar de ter um sentimento de
"admiração e carinho", confessou que "há coisas em Ingrid que me
assustam".
"Tenho um sentimento de admiração e
carinho por Ingrid, é claro, porque compartilhei tantas coisas com
ela, mas já conhecendo uma parte de seu temperamento, há coisas que
me assustam", frisou.
"Me assusta essa incapacidade de
Ingrid de fixar certos limites, essa sensibilidade com certas
coisas, porque ela é uma coisa perante a mídia e outra em sua vida
pessoal", alegou.
A respeito de uma eventual
candidatura presidencial de Betancourt nas próximas eleições, sua
ex-companheira de chapa e cativeiro disse que os colombianos também
devem levar em conta e suspeitar de certas coisas.
"Acho que há uma experiência na forma
de lidar com as relações humanas que deve melhorar, e como formar
equipes", acrescentou, referindo-se a Betancourt, que no dia 2 de
junho foi libertada após seis anos de cativeiro junto com outros 14
reféns em poder das Farc.
Rojas também acusou o ex-refém e
ex-congressista Luis Eladio Pérez, - confidente em cativeiro de
Betancourt - de ter tecido uma "inimizade" entre ela e a mãe de
Ingrid, Yolanda Pulecio.
Considero "incrível que isso
aconteça", afirmou à RCN, pedindo "respeito por sua vida" (pessoal)
e a dos antigos companheiros de seqüestro.
Rojas é a caçula de cinco irmãos e a
única mulher, e sua vida esteve ligada a Betancourt desde 1991
quando as duas se vincularam ao recém-criado Ministério de Comércio
Exterior, na época liderado pelo atual ministro da Defesa Juan
Manuel Santos.
A primeira prova de vida da candidata
à vice-presidência veio em julho de 2002, quando as Farc enviaram um
vídeo no qual apareceu sentada em uma mesa junto com Betancourt, em
silêncio. Uma segunda fita foi divulgada em agosto de 2003 e, nela,
Rojas dirigiu-se a sua mãe.
Em abril de 2006, o jornalista Jorge
Enrique Botero revelou em um livro que a dirigente havia tido um
filho, fruto de uma relação consentida com um guerrilheiro.
Botero confirmou o fato com o número
dois do grupo armado, Raúl Reyes, e descreveu o parto como um
"milagre", devido às condições extremas em que foi feito. "Tudo que
aconteceu para que o menino nascesse ultrapassou o limite", contou o
jornalista.
Quase um ano depois, surgiram novos
detalhes do caso, por intermédio do policial John Frank Pinchao,
companheiro de cativeiro de Rojas e Betancourt, que fugiu e foi
resgatado, após vagar 17 dias pela selva. Segundo Pinchao, o menino
se chama Emmanuel e, desde então, as duas amigas estão separadas.
Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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