O ministro da Defesa da
Colômbia, Juan Manuel Santos, apresentou nesta sexta-feira um vídeo
que registra o momento de resgate dos quinze reféns em poder da
guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), na
quarta-feira passada, para rechaçar as versões da imprensa de que a
libertação teria acontecido mediante o pagamento de milhões de
dólares.
O vídeo mostra os
ex-reféns se abraçando e chorando de alegria ao serem informados que
havia sido resgatados pelo Exército da Colômbia, quando imaginavam
que apenas seriam transferidos a outro reduto dos guerrilheiros.
"Isso é absolutamente falso", afirmou
Santos com veemência, acrescentando que a "amante" do guerrilheiro
responsável pelos reféns, "nada teve a ver, não foi contatada para
esta operação, não foi pago a ela nenhum centavo. Nesse sentido a
informação carece de toda a veracidade", declarou
Uma versão da rádio suíça Suisse
Romanda (RSR), assegurou que o governo colombiano pagou US$ 20
milhões (cerca de R$ 32 milhões) pelos reféns.
"Na realidade os 15 reféns foram
comprados a preço considerável, depois que começou a encenação",
afirmou a rádio citando uma "fonte ligada aos acontecimentos,
confiável e posta à prova em reiteradas ocasiões nos últimos anos".
O ministro declarou que o governo dos
Estados Unidos havia sido informado da operação uma semana antes, e
que Washington a aprovou, mas negou ter recebido ajuda direta para
sua realização desse país ou de Israel --informação também veiculada
pela imprensa.
A ex-refém franco-colombiana Ingrid
Betancourt, resgatada com três americanos e 11 militares e policiais
colombianos, rejeitou hoje em Paris a versão de suborno.
"Francamente, não creio que me possam
enganar facilmente. Não. Não acho que tenha sido uma encenação",
como afirma a rádio suíça, sobre a operação que permitiu o resgate
desse grupo de seqüestrados.
Santos afirmou ainda que as Farc
"estão rachadas, fragilizadas", e que o grupo enfrenta "sérios
problemas de comando, controle e comunicação".