CCJ aprova
obrigatoriedade de air bag em veículos do Brasil
SÃO PAULO - A Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na
terça-feira, 20, projeto de lei, proveniente do Senado, que torna
obrigatório o uso do air bag em todos os veículos produzidos no
Brasil. Se a lei for aprovada e sancionada pelo presidente da
República, o equipamento de segurança deverá ser instalado na parte
dianteira do veículo, protegendo dessa forma, nos casos de colisão,
o condutor e o passageiro do banco da frente.
A exigência não será aplicada aos
veículos destinados à exportação. Para entrar em vigor, o projeto
precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara e, por causa das
alterações que teve, deverá voltar ao Senado para uma nova
aprovação. Só depois desse trâmite é que poderá obter sanção
presidencial.
Se aprovada, a nova exigência deverá
ser incorporada ao Código de Trânsito Brasileiro, que atualmente
considera como obrigatórios o cinto de segurança, o encosto de
cabeça e um dispositivo destinado ao controle de emissão de gases
poluentes e de ruído. A exigência será cobrada de forma progressiva.
Caberá ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) elaborar o
cronograma de implantação gradativa do equipamento.
Segundo o diretor de Segurança
Veicular da Associação Brasileira de Engenharia Veicular (AEA),
Harley Bueno, a obrigatoriedade do air bag será um grande benefício
ao motorista. Mas, em sua avaliação, tornar obrigatório o uso de
freios ABS seria muito mais eficiente.
"O ABS permite frear em menor espaço
e essa é a prioridade, pois evita acidentes. O air bag deve ser um
complemento", disse. "A AEA já está elaborando um projeto para pedir
pela obrigatoriedade tanto do freio ABS quanto do air bag",
completou o diretor de Segurança Veicular.
Assim como Bueno, o Diretor de
Relações Institucionais da Associação Brasileira de Medicina de
Tráfego, Fábio Racy, também destaca a preferência para o uso
obrigatório do ABS. "Em segurança, toda medida é bem vinda, mas em
uma escala de prioridades o ABS viria primeiro", afirmou.
Bueno destacou ainda que no Brasil já
existem empresas brasileiras que produzem o ABS. Já o air bag só é
produzido por empresas estrangeiras. E questiona: "Claro que isso
não impede que, com o aumento da demanda, empresas brasileiras
passem a fabricar o equipamento. Mas o ABS já é produzido aqui, por
que não torná-lo obrigatório?"
Racy também informou que o air bag
nem sempre significa um benefício, segundo ele, há ocasiões em que o
mecanismo de segurança deve ser desativado. "Ele precisa ficar a uma
distância de 25cm do usuário, caso contrário, precisa ser desligado.
Isso é comum com crianças e grávidas."
Tanto Bueno quanto Racy acreditam que
a obrigatoriedade do air bag não irá onerar significativamente o
custo final dos carros. "Com o aumento da demanda, o equipamento
será popularizado e seu preço reduzido", disse Racy. Bueno destacou
ainda que a aprovação "é interessante para economia do País e viria
em boa hora."
Fonte:
estadao.com.br
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