São Paulo fará
livro com relatos de cidadãos sobre racismo
A Secretaria de Cultura do
Estado de São Paulo lançou hoje (13), em seu Salão Nobre, na região
central da capital, o projeto "Racismo: se você não fala, quem vai
falar?".
A iniciativa, que marca os 120 anos
da abolição da escravatura no Brasil, pretende coletar relatos da
população sobre o tema para o lançamento de um livro que reunirá as
120 melhores história.
O livro será lançado durante as
comemoração do Dia da Consciência Negra, que acontece em 20 de
novembro.
Para participar, os interessados
poderão enviar seus relatos ao
site
oficial da campanha ou por meio de cartas que podem ser colocadas em
mil urnas, espalhadas pelo Estado em locais de grande acesso do
público como estações do metrô, escolas e museus.
O lançamento do projeto na manhã de
hoje --que atrasou uma hora-- teve início com uma apresentação da
cantora Fabiana Cozza, acompanhada por um percussionista, e contou
com a presença do governador José Serra e do secretário de cultura
do Estado, João Sayad.
"O projeto serve para ampliar a
discussão sobre questões étnicas em nosso Estado e pretende ser uma
tribuna livre, que colocará o protagonismo no cidadão", afirmou
Leandro Rosa, da Assessoria de Cultura para Gênero e Etnia, também
presente no evento.
"O que fazer neste país que é racista
e não racista ao mesmo tempo?" questionou Sayad durante seus
discurso. O secretário também disse que é preciso "ouvir a todos,
para saber o que acham sobre o racismo" e que o projeto pretende
saber "o que os brasileiros pensam como gente e não como sociólogos
ou economistas".
Sayad aproveitou para explicar que os
relatos "devem ter um limite máximo de 30 linhas" e que, no caso dos
textos manuscritos, "eles devem ser legíveis". "Os analfabetos
também podem buscar alguém que escreva por eles", afirmou ainda o
secretário.
Sobre a questão das datas, Sayad
disse que as datas de 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea em
1888, e 20 de novembro, Dia da Consciência Negra marcado pela morte
de Zumbi dos Palmares em 1695, devem ter sua importância levada em
conta.
"Queremos deixar marcados tanto o 13
de maio como o 20 de novembro como datas de reflexão", disse Sayad.
As cartas para o projeto --que podem
ser enviadas até 13 de julho-- serão lidas por diversos estudantes
de universidades de São Paulo, que escolherão também as finalistas.
Já os textos enviados por meio da
página da campanha, desde que autorizados pelos autores,
permanecerão disponíveis para leitura e consulta no site.
Durante a apresentação da campanha
"Racismo: se você não fala, quem vai falar?", o governador do
Estado, José Serra, não fez nenhum pronunciamento.
Fonte:
folha.uol.com.br
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