O amor tem prazo
de validade
As pesquisas e os psicólogos
dizem que a grande crise de um casal surge sempre aos sete anos...
se o relacionamento durar tanto tempo, é claro. No entanto, nem
todos estão de acordo com esta afirmação. Um estudo recente
restringe o amor a quatro anos. Se o amor é alimento para a alma,
lembre-se de que, como os iogurtes, também tem prazo de validade.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), baseado em dados do registro civil,
no período compreendido entre 2002 e 2005 o número de casamentos no
Brasil cresceu quase 17%, de 715.166 para 835.846.
Apesar disso, esta tendência parece
estar cada vez mais rareando no mundo, pelo menos nos países
desenvolvidos. Um estudo elaborado pelo Instituto italiano de
Estatística (Istat) revelou que os italianos se casam cada vez
menos.
Isso tem explicação, segundo
especialistas da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) que
analisaram as implicações neurológicas do amor, este sentimento que
dura no máximo quatro anos e se caracteriza por ser um "estado de
atordoamento temporário".
No Brasil, enquanto o número de
casamentos aumenta, o de divórcios segue o mesmo fluxo. Dados do
registro civil coletados pelo IBGE indicam que entre 2002 e 2005 as
separações judiciais aumentaram 2,8%, de 99.693 para 102.503 ao ano.
O pico deu-se em 2003, quando 103.452 casais se divorciaram, frente
a apenas 748.981 novas uniões.
A mesma tendência fica evidente na
Espanha, principalmente em relação ao "divórcio expresso", um
mecanismo que os casais espanhóis com até dois de casamento podem
recorrer para pôr um ponto final na relação em tempo recorde. De
acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas
(INE) espanhol sobre anulações, separações e divórcios, em 2006
houve um total de 145.919 dissoluções matrimoniais, 6,5 vezes a mais
que no ano anterior.
Não confunda amor com
atração sexual
O amor deve ser diferenciado de apego e atração sexual, pois estar
apaixonado ativa substâncias químicas no cérebro que ocupam todos os
neurônios e não se consegue mais pensar no ser amado, afirmou em
comunicado Georgina Montemayor Flores, da Faculdade de Medicina da
Unam.
A especialista, que dirige um grupo
de pesquisa sobre o tema, explicou que quando um indivíduo se
apaixona, "são acionadas as zonas que controlam as emoções, como o
tálamo, a amígdala, o hipotálamo, o hipocampo, o giro cingulado e as
partes do sistema límbico".
Este estado físico químico também
termina, disse Montemayor. "Costuma durar um máximo de quatro anos
ou até que apareça outra pessoa que desperta essa paixão romântica,
e só persiste o apego ou a companhia para uma pessoa", afirmou.
É amor ou obsessão?
À medida em que alguém pensa recorrentemente na mesma pessoa, a
condição psicológica do apaixonado pode ser comparada "a um estado
obsessivo-compulsivo", sustentou.
Por isso, Montemayor ressalta que "só
se pode estar apaixonado por uma pessoa ao mesmo tempo", caso
contrário do apego ou do desejo sexual.
No início, o amor origina uma obsessão de tais dimensões "que as
pessoas deixam de ser produtivas (...); de fato, as grandes obras de
arte nunca foram criadas quando os autores estavam apaixonados, mas
depois, no processo do desamor".A especialista afirmou que as
pessoas entram e saem desse estado de paixão porque o cérebro não
poderia resistir a tanto desgaste se fosse mantido assim
constantemente.
Coquetel de hormônios
"O espantoso é que o encéfalo se acostuma com as substâncias
liberadas, pelo que, em seu caso, está à espera de que outra pessoa
inicie este processo", ressaltou. "Embora isso não tenha sustento
moral, acontece com todos os seres humanos", apontou.
No entanto, advertiu de que o amor
romântico "é tão forte como o impulso de ingerir alimentos ou ter
sede, pode ser controlado nas primeiras fases, mas, uma vez ativado,
é impossível detê-lo imediatamente, embora seja temporário".
Por outro lado, se desapaixonar por
uma pessoa, segundo a pesquisadora mexicana, acontece porque o
cérebro aumenta os níveis de oxitocina, o chamado hormônio do apego,
"incompatível com a paixão romântica, que se transforma no carinho
familiar", disse. Para a especialista, "o amor tem um preço.
Perde-se a liberdade e também torna-se dependente de outra pessoa e,
por isso, deve-se lembrar que o desamor liberta".
Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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