Ataques deixa 78
mortos e mais de 200 feridos em centro financeiro na Índia
Um grupo desconhecido chamado
Deccan Mujahideen assumiu a autoria da série de tiroteios promovida
nesta quarta-feira na cidade de Mumbai, centro financeiro da Índia.
Pelo menos 78 pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas, de
acordo com secretário-chefe do Estado de Maharashtra, do qual a
cidade de Mumbai é capital.
De acordo com a agência
de notícias indiana Press Trust of India, o grupo enviou e-mails
para os meios de comunicação assumindo a autoria do ataque. Nos
últimos anos, a Índia sofreu diversos ataques a bomba, a maioria
atribuídos a militantes islâmicos. Extremistas hindus também foram
presos recentemente suspeitos de ataques.
Informações preliminares indicam que
pessoas ainda são mantidas reféns pelos atiradores nos dois hotéis
de luxo atacados, o Taj e o Oberoi. Explosões são ouvidas dentro de
ambos os hotéis mesmo horas após o fim dos tiroteios nas ruas,
conforme a IBN, filiada da rede de TV americana CNN na Índia.
Tropas militares teriam invadido o
Oberoi, mas ainda não há confirmação sobre reféns.
Testemunhas disseram às TVs locais
acreditar que os alvos dos atiradores fossem cidadãos americanos e
britânicos. Por conta disso, a Casa Branca --que já se pronunciou em
repúdio aos ataques-- irá monitorar eventuais negociações envolvendo
reféns.
"Eu acho que eles estavam atrás de
estrangeiros, porque perguntavam por passaportes britânicos ou
americanos", afirmou o britânico Rakesh Patel, que mora em Hong Kong
e estava hospedado no Taj durante uma viagem de trabalho. "Eles
vieram do restaurante e levaram todos para cima. Eram jovens de
talvez 20 ou 25 anos, e tinham duas armas", relatou Patel ao canal
local NDTV.
Outra testemunha, Alex Chamberlain,
também relatou à TV local que ouviu os criminosos questionando a
nacionalidade das vítimas. "Eles perguntavam de britânicos e
americanos especificamente. Havia um rapaz italiano a quem eles
perguntaram 'de onde você é' e ele disse que era da Itália e eles
responderam 'tá bom' e o deixaram ir."
Ataques
Segundo o site "Times of India", os
ataques começaram na estação de trem Chhatrapathi Shivaji Terminus.
Em seguida, houve a explosão de um táxi em Mazegaon --na qual teriam
morrido três pessoas-- e os tiroteios nos hotéis Taj e Oberoi. TVs
locais mostraram feridos saindo do Taj sobre carrinhos para
bagagens.
"Eu estava no saguão do hotel quando
um homem começou a atirar e as pessoas começaram a correr", disse
Sajjad Karim, que também estava no Taj e integra um grupos de
legisladores da Europa que estavam em visita a Mumbai. "Um homem
começou a atirar a todos os lados e veio na minha direção. Eu saí
correndo para a cozinha do hotel."
Outros alvos foram o restaurante
Leopold, famoso entre turistas; um hospital e um posto policial.
"Estamos sob o fogo, há tiroteio no portão", disse o policial A.
Shetti por telefone à Associated Press.
Histórico
Nos últimos anos, a Índia tem sido
alvo de ataques a bomba que a polícia atribui a militantes
muçulmanos incumbidos de desestabilizar o país. Desde outubro de
2005, aproximadamente 700 pessoas morreram em ataques a bomba. Em
maio, um grupo militante indiano organizou um atentando que provocou
a morte de mais de 130 pessoas.
Em setembro, uma série de explosões
atingiu um parque e áreas comerciais lotados na capital, Nova Déli,
matando cerca de 21 pessoas e ferindo outras cem.
Mumbai foi atingida várias vezes por
atentados terroristas desde março de 1993, quando houve um confronto
entre muçulmanos e paquistaneses causando uma série de bombardeios
na Bolsa de Valores, trens, hotéis e postos de combustíveis. As
autoridades afirmaram que os atentados causaram a morte de 257
pessoas, além de ferir mais de 110.
Dez anos mais tarde, em 2003, 52
pessoas foram mortas atentados m Mumbai em confronto com militantes
muçulmanos. Em julho de 2007, uma série de sete explosões próximas a
uma estação ferroviária causaram a morte de pelo menos 187 pessoas
nos ataques.
As relações entre hindus, que são
mais de 80% da população da Índia, e muçulmanos, que são 14%, têm
sido relativamente pacífica desde foi declarada a separação entre a
Índia e o Paquistão em 1947. Mas houve surtos esporádicos de
violência.
Fonte:
folha.uol.com.br
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