500 mil
descendentes poderão pedir cidadania espanhola
Cerca de 500 mil filhos e netos
de exilados espanhóis que escaparam da Guerra Civil (1936-39) e da
repressão da ditadura podem solicitar a cidadania espanhola, segundo
o
jornal espanhol "El País". O gabinete do primeiro-ministro
espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, aprovou, nesta sexta-feira,
uma medida que permite que descendentes de espanhóis exilados por
razões políticas e econômicas peçam a nacionalidade espanhola. Dos
descendentes que podem solicitar a cidadania em um prazo de dois
anos --de 2009 a 2011-- cerca de 300 mil vivem na Argentina.
Os interessados podem realizar os
trâmites no site do Ministério da Justiça da Espanha ou comparecer
nos Registros Civis Municipais --se estiver na Espanha-- e
Consulados da Espanha --se morar no exterior. Eles devem apresentar
seus registros de nascimento e de seu ascendente espanhol e
documentos que comprovem que seu parente é exilado, que podem ser
expedidos por entidades reconhecidas ou vinculadas ao exílio,
segundo o jornal.
Para a Organização de Filhos e Netos
de Espanhóis, o Estado poderá presumir a "condição de exilado" a
todos os espanhóis que saíram do país entre 18 de julho de 1936 e 31
de dezembro de 1955. Eles calculam em meio milhão o número de
descendentes dos imigrantes econômicos. Segundo a Associação dos
Descendentes do Exílio, cerca de 80 mil espanhóis foram exilados
nesta época.
A inclusão dos descendentes de
emigrantes como beneficiários de uma lei claramente política como a
"Lei da Memória Histórica" provocou certa polêmica, de acordo com o
jornal "El País". O ministro da Justiça, Mariano Fernández Bermejo,
explicou que a palavra exílio engloba tanto os motivos políticos
quanto econômicos.
A vice-presidente de governo
espanhola, Maria Teresa Fernández de la Vega, não informou quantas
pessoas podem se beneficiar com a aplicação da lei. A medida havia
sido aprovada pelo Congresso dos Deputados em 2007. A "Lei da
Memória Histórica" pretende reabilitar as vítimas da Guerra Civil
espanhola e da ditadura, maioria do lado republicano, que foram
obrigadas a deixar o país.
Lei de retorno voluntário
O governo espanhol também aprovou
nesta sexta-feira uma lei de retorno voluntário dos trabalhadores
estrangeiros para seus países de origem. Os cidadãos de alguns
países latino-americanos e de outros dez poderão ser beneficiados
pelas medidas que o governo propõe.
Estas consistem no pagamento
adiantado em duas vezes do seguro-desemprego mensal aos estrangeiros
que ficaram sem trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho e
Imigração, o seguro será pago em 40% na Espanha e o restante, quando
a pessoa chegar ao seu país. Para isso, o trabalhador terá que
deixar o país 30 dias depois de receber o primeiro pagamento na
Espanha e se comprometer a não retornar para trabalhar nos três anos
seguintes.
Passados os três anos, o trabalhador
terá preferência para optar por um emprego na Espanha oferecido pelo
governo. Aqueles que decidirem retornar para seus países de origem
não perderão seus vistos de residência na Espanha.
Fonte:
folha.uol.com.br
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