De acordo com o LASEC, os teclados,
que servem como um meio de transmitir informações pessoais - como
nome de usuário e senha, dados bancários e mesmo textos de cunho
pessoal -, podem apresentar vulnerabilidades que reduzem a zero a
segurança de computadores em geral e caixas eletrônicos em bancos.
"Qualquer teclado emite ondas
eletromagnéticas, porque tem componentes eletrônicos. Essa radiação
eletromagnética poderia ser usada para espionar o que está sendo
digitado", informa o grupo em seu site.
O teste para descobrir se as letras
digitadas geram emanações de radiação que comprometem a segurança é
simples: enquanto as teclas são pressionadas, as radiações
eletromagnéticas emitidas são medidas. Essa análise das radiações de
comprometimento é realizada por meio de um receptor ajustado em uma
freqüência específica.
Foram descobertos quatro métodos de
recuperar o que é digitado nos teclados, a uma distância de até 20
metros, e que são eficazes mesmo quando as ondas eletromagnéticas
são atenuadas pela presença de paredes. O laboratório testou 11
modelos diferentes de teclados, fabricados entre 2001 e 2008 (PS/2,
USB e
laptop). Todos eram vulneráveis a, no mínimo, um dos ataques.
Keyloggers, pequenos
aparelhos para espionar a digitação em teclados, são bastante comuns
há mais de uma década. Entretanto, eles precisam ser ligados
fisicamente ao cabo do teclado, na conexão entre este e o PC. A
técnica descoberta pelo LASEC permitiria esconder o aparelho espião
em qualquer lugar, sem precisar de contato físico com o computador
da vítima - como se fosse um microfone espião dos filmes de agentes
secretos.
O site do Laboratório de Segurança e
Criptologia, que promete novidades sobre o tema em breve, apresenta
dois vídeos que ilustram o funcionamento da quebra de segurança dos
teclados. Os vídeos podem ser vistos em http://lasecwww.epfl.ch/keyboard/