Spielberg
processado por apropriar-se de Hitchcock
NOVA YORK (Reuters) - O
diretor Steven Spielberg e grandes estúdios de Hollywood roubaram o
enredo do clássico de Alfred Hitchcok
"Janela Indiscreta", de 1954, no filme "Paranóia",
segundo um processo judicial apresentado à Corte Federal da
Califórnia na segunda-feira.
A DreamWorks, a Viacom Inc e a
Universal Pictures são acusadas de infringir os direitos autorais e
quebrar um contrato por produzirem "Paranóia" sem a permissão dos
detentores dos direitos da trama, segundo o processo.
Spielberg, fundador da Dreamworks, é
citado como réu. O filme obteve cerca de 80 milhões de dólares nas
bilheterias norte-americanas.
De acordo com o processo, aberto pela
Sheldon Abend Revocable Trust, a base do filme de Hitchcock foi
"Assassinato de uma Janela", conto de Cornell Woolrich.
Hitchcock e o ator James Stewart
obtiveram os direitos de adaptação da história para os cinemas em
1953. O processo alega que a DreamWorks deveria ter feito o mesmo.
"O que os réus relutam em fazer
aberta, legal e legitimamente, eles fizeram de forma clandestina,
pela porta dos fundos, usando a história de 'Janela Indiscreta' sem
pagar compensações".
O porta-voz de Spielberg não quis
comentar o assunto, assim como representantes da Viacom e da NBC
Universal.
De acordo com o processo, os enredos
de "Paranóia" e "Janela Indiscreta" são "essencialmente os mesmos".
Ambos são mistérios que começam com um homem que, ao espreitar pela
janela, testemunha um comportamento estranho no apartamento da
vizinha.
Nas três obras, o protagonista age
essencialmente da mesma maneira, interage com personagens
semelhantes e a intriga termina basicamente da mesma forma, segundo
o processo.
"Em 'Paranóia', os réus claramente
produziram variações com frases reformuladas e isso foi feito
propositalmente, a fim de produzir essencialmente a mesma história
que 'Janela Indiscreta"', diz o texto do processo. A resenha do
jornal The New York Times chamou 'Paranóia' de "'Janela Indiscreta'
meio adolescente". Já o Toronto Star classificou o filme como
"apropriação descarada".
Fonte:
folha.uol.com.br
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