Chrysler
apresenta pedido de concordata
A montadora americana Chrysler
pediu nesta quinta-feira proteção sob o "Capítulo 11" da Lei de
Falências americana --o equivalente à concordata (ou recuperação
judicial, no Brasil). O pedido da empresa vem pouco depois de o
presidente americano, Barack Obama, ter afirmado que apoia a decisão
da Chrysler tanto pela concordata como pela parceria com a italiana
Fiat.
"Ninguém deve se
confundir quanto ao significado de um processo de concordata. Isso
não é um sinal de fraqueza, mas sim um passo a mais em uma trilha
claramente marcada para uma restauração da Chrysler", afirmou Obama.
O pedido de proteção sob a Lei de Falências foi feito em um tribunal
federal em Nova York.
O pedido de proteção sob
a Lei de Falências foi feito em um tribunal federal em Nova York.
O executivo-chefe da montadora
americana Chrysler, Robert Nardelli, disse que a empresa pode
concluir o processo "nos próximos dois meses". "Dada a situação em
que nos encontrávamos, [a concordata] acabou sendo a única solução",
disse, segundo o site da rede americana de TV CNBC. "Não é a que eu
teria escolhido em primeiro lugar, mas é a que tivemos de fazer."
Nardelli destacou que, com a
concordata, a Chrysler poderá deixar dívidas e encargos para trás e
emergir como uma empresa mais enxuta. Ele também afirmou que deixará
a liderança da empresa após a conclusão do processo de concordata.
"É um momento apropriado para deixar
que outros assumam a liderança na combinação da Chrysler com a Fiat.
Trabalharei com todas as partes interessadas para que a nova empresa
emerja rapidamente com êxito na aliança", disse Nardelli.
Pela lei, recorrer ao "Capítulo 11"
significa que a empresa reconheceu que não pode quitar suas dívidas
e pode ter um prazo para reorganizar suas contas junto aos credores.
Caso não consiga quitar suas dívidas por um período pré-determinado,
a empresa parte para a falência.
Em dezembro, o governo dos Estados
Unidos, ainda sob o comando de George W. Bush, liberou o empréstimo
de US$ 4 bilhões para que a Chrysler pudesse tentar se reerguer,
além de US$ 13,4 bilhões para a rival General Motors --também me
meio a uma crise. No último dia 21, o goveno anunciou ajuda de mais
US$ 500 milhões para a Chrysler e mais US$ 5 bilhões para a GM.
Fiat
Em janeiro deste ano, a Fiat e o
fundo de investimentos Cerberus Capital Management (controlador da
Chrysler) anunciaram um acordo preliminar, pelo qual a italiana
ficaria com uma participação de 35% na rival americana, mas não com
pagamento em dinheiro, e sim através da partilha de instalações para
produção de modelos pequenos e mais eficientes no consumo de
combustível, além das redes de distribuição de ambas.
No dia 30 de março, Obama havia dado
um mês para que a Chrysler apresentasse um programa de
reestruturação em que reduzisse seus custos trabalhistas,
equacionasse suas dívidas junto aos credores e fechasse um acordo de
parceria com a concorrente italiana Fiat --Obama ofereceu até US$ 6
bilhões para ajudar a financiar a aliança.
Negociações
Pela manhã, um funcionário da Casa
Branca informou que a montadora optou pela concordata depois que um
grupo de fundos credores rejeitou a última proposta de
reestruturação da dívida feita nesta madrugada --uma das exigências
do governo americano para que o grupo não fosse obrigado a recorrer
à Lei de Falências.
As conversas entre o Tesouro e o
consórcio de 46 bancos e fundos de investimento aos quais a Chrysler
deve US$ 6,9 bilhões se 'desintegraram' nesta madrugada. Embora o
Departamento do Tesouro tenha melhorado sua oferta aos credores, um
grupo de fundos de investimento que representa 40% da dívida total
se negou a aceitar a oferta. A última oferta da Chrysler e do
Tesouro era trocar os US$ 6,9 bilhões de dívida por cerca de US$ 2,5
bilhões em dinheiro.
Agora, um juiz decidirá quanto os
credores receberão e como serão os pagamentos. Os US$ 6,9 bilhões de
dívida estão assegurados com as fábricas e outros ativos do
fabricante.
Obama criticou os credores que não
chegaram a um acordo com a montadora. "Não estou ao lado deles.
Estou ao lado dos funcionários da Chrysler, de suas famílias e de
suas comunidades", afirmou. "Não fico ao lado daqueles que ficam de
fora enquanto todos os demais fazem sacrifícios. É por isso que
apoio os planos da Chrysler de usar as leis de falência para
facilitar o caminho de suas obrigações restantes."
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Fonte:
folha.uol.com.br
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