Clínica para
morcegos em casa
Uma australiana que trabalha há
20 anos voluntariamente resgatando morcegos está cuidando de 500
filhotes na sua própria casa. Trish Wimberley possui uma clínica de
morcegos, como ela mesma chama, nos fundos da sua casa, na cidade
costeira de Gold Coast, no Estado australiano de Queensland.
Lá ela cuida de cerca 200 morcegos
entre setembro e fevereiro, época em que as fêmeas dão à luz. "Mas
neste ano, devido à quantidade de tempestades que tivemos, estou com
500", disse ela à BBC Brasil.
Contato humano
Geralmente os animais resgatados por Trish possuem feridas visíveis,
pneumonia, infecção nos rins ou membros fraturados. O grupo no qual
Trish trabalha, Wildcare Australia, é avisado por telefone cada vez
que algum encontra um morcego agindo estranhamente.
"Não aconselhamos ninguém a pegá-los
e trazer para cá. Apenas quem é vacinado contra raiva pode trabalhar
resgatando morcegos na Austrália", disse ela. "Eles são sempre minha
prioridade", diz Trish, que está 24 horas por dia e sete dias por
semana com o celular ligado para qualquer emergência.
Na clínica na sua casa, os filhotes
encontrados desamparados ou machucados geralmente ficam por 12
meses. Os recém-nascidos ficam algumas semanas em incubadoras. Lá
eles são alimentados como bebês humanos com mamadeiras.
Na primeira semana, eles bebem leite
a cada três horas. Depois disso, a cada quatro horas, até chegarem
ao sétimo mês de vida, quando eles começam a se alimentar com o
pólen das flores e frutas, explicou a especialista.
Ao completarem um ano, os animais são
estimulados a se tornarem independentes. Nesse período, o contato
humano é diminuído ao máximo. Os morcegos só veem os tratadores na
hora de serem alimentados.
Desta forma, segundo Trish, eles logo
começam a se comportar como selvagens até serem liberados para
voltarem a o seu habitat natural. O processo demora de uma a oito
semanas, até eles pararem de voltar para receber comida, explicou
ela. A paciente mais antiga, no entanto, é uma fêmea de 15 anos de
idade que não pode mais voar.
"Estamos com ela há 14 anos", disse
Trish. Ela é muito interativa com os tratadores, como um cãozinho.
Isso não é algo raro em um morcego, segundo a especialista. Ela diz
que os morcegos podem ser domesticados e retribuírem o afeto que
recebem.
"Diferente de outros animais, eles
imediatamente sabem se você os está ajudando ou se é um predador.
São criaturas muito inteligentes. Quem não gosta de morcegos não
sabe o suficiente sobre eles". Trish esteve recentemente no Brasil
para estudar os morcegos que vivem na Amazônia.
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Fonte:
noticias.terra.com.br
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