Obama impulsiona
relação com Cuba
WASHINGTON (AFP) - O presidente
Barack Obama deu um impulso nas relações com Cuba, ao levantar as
restrições sobre as viagens e as remessas de dinheiro para a ilha,
mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para a normalização,
segundo analistas.
A decisão de Obama, anunciada na
segunda-feira, é um "sinal interessante", mas "a bola está agora no
campo do Congresso", que examina um projeto de lei que autoriza
todos os americanos, e não somente aqueles de origem cubana, a
viajar para Cuba, indicou à AFP Michael Shifter, analista do grupo
Diálogo Interamericano.
O mais importante, no entanto, "é que
a inércia foi rompida e que a dinâmica segue na direção de uma
retirada das sanções", disse Emily Morris, diretora do Instituto
Internacional de Estudos Cubanos da Metropolitan University de
Londres.
O coração do problema é ver "até onde
poderá chegar" Washington, segundo Morris.
"As duas partes estão muito
prudentes: a cada passo, cada uma reexamina a situação antes de dar
um novo (...) Nenhum dos dois (países) descartou uma normalização
das relações, mas nenhum deles sugeriu que pudesse estar próxima",
acrescentou.
O presidente Obama deverá estar
atento para tomar novas medidas, disse à AFP Peter Hakim, presidente
do Diálogo Interamericano. Os anúncios de segunda-feira eram uma
promessa eleitoral e tinham o apoio da comunidade americano-cubana e
do Congresso. A situação não será necessariamente a mesma no futuro,
previne.
O primeiro gesto americano em relação
a Cuba chega no momento mais oportuno, pouco antes da Cúpula das
Américas, a partir de sexta-feira em Trinidad e Tobago, que reunirá
todos os países do continente, à exceção de Cuba, e marcará o
primeiro grande encontro de Barack Obama na região.
Muitos desses países exigem uma
retirada do embargo americano contra Cuba, em vigor desde 1962.
"É preciso avaliar como essas
mudanças serão efetuadas e ver quais reações elas provocarão",
alertou na segunda-feira o porta-voz do Conselho de Segurança da
Casa Branca, Denis McDonough.
Fidel Castro, fundador do regime
comunista cubano, que cedeu o poder a seu irmão Raul em julho de
2006 por motivos de saúde, considerou "positiva", porém "mínima" a
decisão do presidente dos Estados Unidos de retirar as restrições.
Mas o líder cubano evitou atacar
diretamente Obama, que não é "responsável pelas atrocidades
cometidas" pelos seus antecessores, disse, acrescentando que "não
duvida de sua sinceridade", em um texto divulgado pelo site oficial
Cubadebate.
Obama também anunciou na
segunda-feira que as empresas americanas poderiam estabelecer
comunicações por fibra ótica e satélites com Cuba e oferecer
serviços de telefonia móvel. Washington espera também que a ilha
seja inundada de informações provenientes do exterior, indicam os
analistas.
As próximas iniciativas do governo
Obama deverão estar relacionadas aos intercâmbios culturais,
universitários e esportivos com Cuba, à autorização para que
qualquer um viaje para a ilha e à reintegração do país à Organização
dos Estados Americanos (OEA), ressalta Hakim.
E, eventualmente, acrescentou ele,
estabelecer "um diálogo aprofundado com Havana, como (Washington)
fez há 15 anos com o Vietnã".
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Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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