Propostas para
reduzir impostos
O coordenador geral de Estudos,
Previsão e Análise da Receita Federal, Marcello Lettieri, afirmou
hoje que a Receita e a Secretaria de Política Econômica (SPE) do
Ministério da Fazenda estão trabalhando em conjunto em novas
propostas de desonerações tributárias. Mas, segundo ele, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, ainda não definiu os setores que serão
beneficiados.
"O ministro tem trabalhado e tem dito
que haverá novas desonerações. A Receita tem trabalhado em conjunto
com a SPE sempre indicando os limites técnicos e jurídicos
relacionados à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)", afirmou
Lettieri. "Como nós não temos excesso de arrecadação de tributo,
precisamos indicar nova fonte de receita, que não sejam IPI e IOF",
afirmou. Segundo o coordenador, reduções de alíquotas desses dois
tributos, por serem considerados regulatórios, podem ser feitas sem
uma fonte de compensação.
Lettieri afirmou que o governo
trabalha não só olhando a arrecadação, mas toda a política fiscal.
"Estamos num contexto de política econômica anticíclica. E, neste
contexto, nós desoneramos para, mais à frente, termos os efeitos
sobre a economia", argumentou. Embora afirme que uma avaliação
melhor do desempenho da arrecadação só poderá ser feita após o
resultado de abril, o coordenador disse que os dados de PIS, Cofins
e ICMS mostram que o governo está no caminho certo ao fazer as
desonerações. "Já há repercussões positivas na economia".
Ontem, a Receita informou que
entregou ao ministro da Fazenda um estudo propondo zerar ou reduzir
a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para
alguns produtos da linha branca. Segundo o documento, que chegou na
terça-feira às mãos do ministro, a desoneração seria por três meses
e resultaria em uma perda de arrecadação de R$ 264 milhões no
período. A medida beneficiaria máquinas de lavar, fogões, tanquinhos
e geladeiras. Além de a alternativa de zerar a alíquota por três
meses, o estudo sugere um outro cenário, no qual a redução da
alíquota seria de 50%, o que causaria uma queda menor na
arrecadação. A Receita Federal lembrou que caberá ao ministro da
Fazenda decidir se adota ou não a proposta.
Arrecadação em queda
A queda na arrecadação de impostos e
contribuições federais no primeiro trimestre deste ano é a primeira
para o período desde 2003, segundo dados da Receita Federal
divulgados hoje. Mas o coordenador geral de Estudos e Previsão e
Análise da Receita afirmou que qualquer comparação com períodos
anteriores é impróprio. "O problema é que estamos enfrentando uma
das piores crises da história. E não temos mais hoje os instrumentos
que tínhamos no passado, na crise de 1997 (da Ásia), de aumentar a
carga tributária", afirmou.
Em valores, a arrecadação da Receita
registrou uma queda de R$ 11,33 bilhões no primeiro trimestre deste
ano em comparação ao mesmo período do ano passado. O total já
considera a correção dos valores pela inflação medida pelo IPCA. No
primeiro trimestre do ano passado, a arrecadação havia sido de R$
171,697 bilhões. No primeiro trimestre de 2009, ficou em R$ 160,36
bilhões.
Em valores nominais (sem a correção),
a arrecadação caiu no período R$ 1,93 bilhão, passando de R$ 161,741
bilhões para R$ 159,809 bilhões. A queda está influenciada pelo
impacto da crise na economia, que levou à queda na arrecadação de
tributos e à adoção de medidas de desoneração tributária.
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Fonte:
br.noticias.yahoo.com
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