"Neuilly-sa-Mère" conta a história de
um jovem muçulmano de 14 anos, que mora em um bairro violento da
periferia parisiense e é mandado para o subúrbio chique de
Neuilly-sur-Seine para morar com uma tia, casada com um aristocrata
que possui um matadouro de porcos.
Em apenas duas semanas de exibição,
880.000 pessoas já viram o filme, cujo título é um trocadilho com a
gíria do gueto para "sua mãe".
Sentindo saudades de seu ambiente de
origem, o jovem Sami Benboudaoud cai de paraquedas em um mundo no
qual ninguém consegue pronunciar seu nome, finais de semana são
passados no country club e adolescentes louros da classe alta
aterrorizam a escola onde estuda.
Filmado na cidade de Neuilly, onde
Sarkozy cresceu e deu início a sua carreira política como prefeito,
de 1983 a 2002, o filme é cheio de referências políticas e frases de
efeito claramente alusivas às atitudes e discursos do presidente
francês.
O primo mais novo de Sami, Charles de
Chazelle, é uma versão adolescente de Sarkozy: ele sonha em se
tornar presidente, transformou seu quarto em um santuário de ícones
da direita francesa e corre ouvindo músicas da primeira-dama Carla
Bruni.
Djamel Bensalah, co-roteirista do
filme, insiste que "Neuilly-sa-Mère" é uma comédia leve, e não uma
crítica social, afirmando que poderia ser uma versão francesa da
série americana "Um maluco no pedaço ("Fresh Prince of Bel Air"),
com o ator Will Smith.
"É uma comédia de família - brinca
com os clichês para subvertê-los. Não tem como objetivo fazer piada
com esta ou aquela pessoa, mas rir com elas. Construindo pontes
entre comunidades, ligando pessoas e quebrando preconceitos",
explicou.