Na metade dos casos de morte em todas
as idades, nenhuma doença subjacente foi detectada.
A gravidez e os problemas de
metabolismo, como diabetes e obesidade, são citados como "fatores de
risco particularmente importantes" por Philippe Barboza e seus
colegas do Instituto francês de Bigilância Danitária (InVS) nessa
revista do Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC),
com sede em Estocolmo.
Pelo menos 49% dos casos fatais
apresentavam uma outra patologia, frequentemente doenças que também
precipitam a morte em casos de gripe sazonal, segundo os
pesquisadores que analisaram detalhadamente 574 das 684 mortes
confirmadas até 16 de julho, ou seja, nas dez semanas depois do
primeiro alerta internacional para o novo vírus H1N1.
Das pessoas que morreram, 51% tinham
entre 20 e 49 anos. Dezesseis mortes foram registradas entre
grávidas, sendo pelo menos oito envolvendo outros fatores de risco
(obesidade, doenças cardíacas ou respiratórias, como a asma ou a
tuberculose).
Entre os casos de morte, 12% estavam
relacionados a crianças de 0 a 9 anos e 10% envolveram jovens de 10
a 19 anos.
Mais de um quarto (27%) das crianças
mortas não tinham doenças subjacentes, assim como nos 22% de pessoas
entre 20 e 29 anos, ressaltam os autores.
Os casos de morte envolvendo pessoas
com mais de 60 anos chegam a 12%. Nessa faixa de idade, 60% das
mortes envolveram pessoas com doenças cardíacas ou respiratórias.
"As pessoas idosas parecem estar de
certa forma protegidas da infecção, talvez por causa de uma
exposição anterior a cepas virais próximas" do novo H1N1, indicam os
pesquisadores. "Entretanto, a porcentagem das mortes entre os idosos
infectados parece ser mais elevada" do que em outras faixas etárias.