No exterior, alguns médicos já
consideram a possibilidade de tratar o "desejo intenso pelo
bronzeamento" como uma compulsão. Essa vontade está sendo chamada na
Inglaterra de tanorexia (tan de bronzeado em inglês), uma espécie de
distúrbio que induz a pessoa à repetição de uma determinada ação,
nesse caso, à exposição exagerada aos raios UV.
Apesar da falta de um estudo
científico definitivo, é fácil encontrar adeptas que assumem a
dependência. A medicina conhece bem os efeitos da luz sobre o corpo
humano. Uma das ferramentas para combater a depressão é a
fototerapia, tratamento feiro com luz , que se transformam em
estímulos elétricos e chegam até a glândula hipófise. Essa glândula,
localizada no cérebro, aumenta a produção das endorfinas , hormônios
que promovem bem-estar.
O problema é que os mesmos hormônios
que conferem um efeito relaxante podem causar dependência, fazendo
com que a pessoa se exponha repetidamente às luzes. Por analogia
podemos dizer que o mesmo processo ocorre com as camas de
bronzeamento. No país do verão, das praias e do carnaval, mulher
bonita e sensual passou a ser sinônimo de cor dourada. Joana
"feiticeira" prado, Sheila Mello, Tiazinha e Carla Perez, só para
citar algumas referências nacionais de beleza, são adeptas públicas
e confessas do bronzeamento artificial. Com esses outdoors
ambulantes, o resultado não poderia ser outro : o abuso dos mais
graves. E o abuso, seja qual for, coloca a saúde em risco.
Para alcançar o mesmo efeito da luz
solar, as camas de bronzeamento artificial estimulam a produção de
melanina (pigmento que da cor à pele) por meio de lâmpadas que
emitem ondas ultravioleta semelhante à luz do sol, mas em
concentrações diferentes. Nas luzes artificiais o raio em maior
quantidade é o UVA, enquanto no sol esse raio predomina apenas no
período da manha e fim da tarde. No meio do dia há maior
concentração do UVB, um raio superficial, porém mais agressivo e
irritante. Ele causa danos como vermelhidão e queimaduras, sendo a
longo prazo cancerígeno. O UVA tem maior penetração e provoca
alterações celulares, como pigmentação intensa , manchas e rugas.
Além disso, suspeita-se que gere tumores.Para sua maior segurança,
certifique-se que o equipamento escolhido tenha o mínimo de raios
UVB e nunca deixe de usar óculos protetores. Proteja as áreas mais
sensíveis com protetor solar. Enfim, antes de se decidir a fazer ou
não bronzeamento artificial, pergunte a opinião de um médico
especialista, seja em medicina estética ou dermatologista.