Espera-se ate o fim deste ano, uma
decisão final sobre esta questão, que está sendo estudada pela
ministra Ellen Gracie. Caso o parecer dela seja favorável e de seus
colegas também, o Brasil terá não apenas o direito à união, mas
também à pensão e adoção.
1.
Essa forma de união passaria a ser considerada casamento?
Não, seria apenas uma equiparação plena
de direitos, mas próxima disso. A proposta seria um dispositivo
legal que garantiria aos gays seu reconhecimento como casal, mas não
lhes daria as mesmas garantias que os casados têm como a permissão
para adotar o sobrenome do companheiro. A união homossexual é
tratada, basicamente, como um acordo comercial.
2.
O que diz a legislação brasileira atualmente?
No Brasil, a diversidade de sexo é
exigida para configurar união estável. A Constituição Federal, em
seu artigo 226, parágrafo 3º, estabelece que "para efeito da
proteção do estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão
em casamento". Já o Código Civil, em seu artigo 1.723, reconhece
como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família. Em nenhum
momento a união entre homossexuais é citada.
3.
Quais direitos
os casais do mesmo sexo já possuem no Brasil?
Existe jurisprudência em conceder a
casais homossexuais direitos em relação à herança (metade do
patrimônio construído em comum pode ficar para o parceiro); plano de
saúde (inclusão do parceiro como dependente); pensão em caso de
morte (recebimento se o parceiro for segurado do INSS); guarda de
filho (concessão em caso de um dos parceiros ser mãe ou pai
biológico da criança) e emprego (a opção sexual não pode ser motivo
para demissão).
4.
Como o governo lida com a questão do homossexualismo?
O governo freqüentemente lança programas
e campanhas com o objetivo de combater a violência e a discriminação
contra homossexuais. O programa apóia projetos de fortalecimento de
instituições públicas e não-governamentais que atuam na promoção da
cidadania homossexual e no combate à homofobia. O próprio presidente
Luiz Inácio Lula da Silva abriu, em 2008, a 1ª Conferência Nacional
de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, em Brasília.
5.
Existem outros projetos que regulamentam “o casamento” entre
homossexuais?
De autoria da ex-ministra do Turismo,
Marta Suplicy, desde 1996. O projeto autoriza a parceria civil entre
homossexuais no Brasil. Em todos esses anos, a proposta sequer
chegou a ser votada. Caso fosse aprovada reconheceria, no papel, a
união de casais do mesmo sexo, o que já existe na prática.