O deputado Jorge Silva disse que a
exportação é uma das propostas para a modificação da lei 1008 do
regime da coca e substâncias controladas, cujas reformas serão
debatidas no próximo Parlamento.
A Assembleia Legislativa
Plurinacional que assumirá em 6 de janeiro será controlada pelo
governista Movimento Ao Socialismo (MAS) tanto na Câmara dos
Deputados quanto no Senado.
Silva, que é um influente dirigente
do MAS, mas não se candidatou para a reeleição na Assembleia, disse
à "Red Uno" de televisão que a modificação da lei terá como
principal base a análise do mercado interno e, em segundo, a
industrialização da coca.
"Um terceiro elemento para nossa
proposta é a possibilidade de exportar a folha de coca ao Brasil,
Argentina e Paraguai", disse Silva.
Segundo a Lei 1008, os camponeses
podem cultivar no país até 12 mil hectares de coca majoritariamente
na zona de Los Yungas, mas segundo dados divulgados em meados deste
ano pelas Nações Unidas, existem no país cerca de 30,5 mil hectares.
O governo Morales expressou várias
vezes seu plano de que o limite da legislação antidrogas seja
aumentado de 12 mil para 20 mil hectares, com o argumento de que
aumentou a demanda para usos legais desses cultivos.
A coca é usada na Bolívia com fins
rituais, culturais, medicinais e industriais em chás, xaropes e
licores, mas também é desviada ao narcotráfico, para a elaboração de
cocaína.