Um dos vetos, pedido pelo ministério
de Minas e Energia, elimina uma determinação de o País abandonar
"paulatinamente" o uso de combustíveis fósseis. "O Ministério de
Minas e Energia pediu para tirarmos a ideia do abandono dessas
fontes, que estava no artigo 4º, inciso terceiro da lei", disse Minc,
alegando que a proposta é estimular fontes limpas e não
necessariamente deixar de usar por completo fontes não renováveis.
Outro veto, solicitado pela Advocacia
Geral da União (AGU), consiste em dispositivo que estava previsto na
lei que proibia contingenciamento de recursos para o enfrentamento
das mudanças climáticas. "Essa foi uma interpretação técnica, pela
qual uma lei ordinária não pode tratar de contingenciamentos ao
orçamento", esclareceu Minc.
Outro veto mais amplo afeta diversos
itens do artigo 10º, principalmente um que limitava a usinas
hidrelétricas de pequeno porte as políticas de estímulo
governamentais. Segundo Minc, o governo também quer estimular usinas
de grande porte, por isso não cabia especificar o apoio apenas a
usinas de pequeno potencial.
Segundo o ministro, a Lei de Mudanças
Climáticas precisa agora de um decreto a ser formulado pelo governo,
que estabelecerá as metas específicas de redução para cada setor da
economia, como mineração, transporte, agronegócio, construção civil
e geração de energia. Minc disse que não há prazo específico para o
decreto, mas o governo trabalhará o mais rapidamente possível para
conclui-lo.
Minc também fez elogios ao papel que
o Brasil desempenhou na reunião do clima em Copenhague, afirmando
que foi reconhecido por todos os países "o protagonismo do Brasil".
"O mundo percebeu isso por nossas metas ousadas e pela nossa posição
de cobrança e até pelo compromisso de colocar dinheiro (para
financiar políticas de redução de emissões)", disse Minc.
ONU
Lula recebeu hoje telefonema do
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon.
Na conversa, que durou cerca de 10 minutos, Ban Ki-Moon fez uma
análise da Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas, ocorrida
neste mês, em Copenhague. Por sua vez, o presidente brasileiro,
segundo relato de assessores, reiterou que a ONU é o foro mais
apropriado para a discussão do tema. O presidente pediu ainda ao
secretário-geral da ONU que mantenha seus esforços para evitar o
esvaziamento das discussões.
Na avaliação da equipe do presidente
Lula, o Brasil saiu da conferência como um participante ativo e não
como um vilão na discussão sobre mudanças climáticas, ao apresentar
uma meta na redução da emissão de gases de efeito estufa, o que
causou uma boa impressão na comunidade internacional.