Raúl Castro
completa um ano de governo
O presidente de Cuba, Raúl
Castro, está a um dia de completar um ano à frente do governo, em
meio a uma crise econômica na ilha. Os três destaques do período
foram o agravamento da crise econômica, melhoras nas relações
diplomáticas e o protagonismo perseverante do ex-ditador cubano
Fidel.
Embora tenha assumido como interino
em 2006, com a piora no estado de saúde de seu irmão, Raul foi
nomeado presidente em 24 de fevereiro de 2008. Cuba passa por
grandes dificuldades desde o fim da União Soviética e os problemas
se agravaram no último ano, com os furacões que causaram prejuízo de
cerca de US$ 10 bilhões.
As autoridades admitiram que vai
demorar a reparar as quase 500 mil casas destruídas, plantações
arrasadas. O país também sofreu com a perda de toneladas de
alimentos. Muitos diplomatas e analistas atribuem o impasse nas
reformas aos problemas econômicos causados pelos ciclones.
Mudanças
O novo presidente deu início ao fim
de muitas proibições estabelecidas por Fidel e permitiu que cubanos
pudessem comprar telefones celulares. Além disso, Raul entregou
terras ociosas a camponeses. O irmão do ex-ditador também prometeu
reformas estruturais, mas promoveu mudanças mínimas, como a mudança
de títulos de ministros que seguem à frente das mesmas pastas.
Cansados de décadas de restrições,
muitos cubanos viram com alívio e esperança a ascensão de Raúl ao
poder, mas o presidente manteve o socialismo, se concentrando nas
mudanças econômicas. Com a velocidade lenta nas reformas, as ruas de
Cuba mostraram o desânimo da população.
Em relação às liberdades, o governo
cubano esteve recentemente em Genebra, perante a ONU (Organização
das Nações Unidas), e garantiu que o país respeita os direitos
humanos, ainda que a oposição diga o contrário.
Oposição
A opositora Comissão de Direitos
Humanos e Reconciliação Nacional não viu "melhoras significativas"
no primeiro ano da gestão de Castro. Apesar da redução do número de
presos políticos --205 ao todo, 29 a menos que em 29-- a entidade
disse que as liberdades civis, políticas e econômicas apresentam "o
pior panorama em toda região ibero-americana, já que o governo
transgride todos os direitos".
A diminuição foi um das condições
estabelecidas pela União Europeia (UE) para suspender, em junho, as
sanções impostas a Havana em 2003. A abertura do país ganhou impulso
também em virtude da vitória de Barack Obama nas eleições
presidenciais dos Estados Unidos.
Saia justa
Além disso, seis presidentes
latino-americanos visitaram Cuba nas últimas semanas, e Raúl Castro
escolheu o Brasil como destino de sua primeira viagem oficial ao
exterior.
No entanto, Fidel Castro protagonizou
uma polêmica durante a recente visita da presidente chilena,
Michelle Bachelet. Após recebê-la, o ex-governante escreveu um
artigo no qual disse apoiar a vontade da Bolívia de ter uma saída ao
Oceano Pacífico.
Fidel também criou mal-estar ao
chamar a UE de hipócrita quando o bloco acabou com as sanções. Até
Obama, com menos dez dias na Casa Branca, foi alvo de críticas do
ex-presidente.
Fonte:
folha.uol.com.br
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