A Apple sem Steve Jobs

A saúde de Steve Jobs não é assunto constante no Futuro.vc, não por acaso. Embora o executivo seja fundamental para a empresa e sua relação com o mercado e consumidores, acredito que especular sobre a sua situação pessoal é ir longe demais.

Mas, depois do e-mail enviado por Jobs ontem aos funcionários da Apple, resolvi escrever. Primeiro para declarar publicamente que torço por sua recuperação, e para pensar alto sobre o que representa a ausência - talvez definitiva - do co-fundador da empresa.

Há poucas dúvidas de que Steve Jobs seja fundamental à Apple. Talvez seja o CEO mais necessário a uma empresa no mundo, por ter centralizado a interface entre a companhia e o mercado. É um homem-show, um Sílvio Santos da tecnologia, que chama as atenções para si antes de explodi-la em direção aos produtos da Apple. 

E não há quem o substitua integralmente. O keynote da Macworld 2009 foi emblemático. Phil Schiller é um cara legal, meio bonachão, com algum humor, mas teve desempenho sofrível e atrapalhado pela falta de lançamentos relevantes. 

A Apple está em transição desde o sucesso do iPod, lançado em 2001, e que foi acelerada com o iPhone e a retirada do “computer” do seu nome. Como uma empresa de eletrônicos de consumo, Jobs é ainda mais importante. Mas há um esforço para retirá-lo aos poucos do centro, com apresentações coletivas de produtos e o fim da participação na Macworld e de seu keynote. Hora de colocar a maçã à frente do homem.

Mas o destino é traiçoeiro. Steve Jobs piorou antes do fim do plano. Uma semana atrás escreveu para as massas dizendo que precisava apenas ganhar peso. Ontem, anunciou seu afastamento por cinco meses. Como a Wired bem colocou, quando estava com o câncer no pâncreas abandonou a empresa por apenas um mês.

Jobs ainda voltará. Mas espero que seja bem, com energia para continuar inspirando seus funcionários e todos os apaixonados pelo design funcional, simples e criativo dos produtos da Apple. Só não vale imitar o Fidel Castro de alguns anos atrás e inventar que está tudo bem. 

Fonte: futuro.vc

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