O funeral dos agentes da Guarda Civil
espanhola Diego Salvá, 27, e Carlos Sáenz de Tejada, 28, mortos
nesta quinta-feira na turística ilha de Mallorca em atentado
atribuído ao movimento ocorre nesta sexta-feira.
A cerimônia é presidida pelo príncipe
Felipe, o herdeiro da Coroa espanhola, e pela mulher dele, a
princesa Letizia. O evento acontece na catedral de Palma de Mallorca.
O representante do Ministério do
Interior em Mallorca, Ramon Socías, disse a repórteres que a polícia
"continua trabalhando com a hipótese de que os terroristas não
abandonaram a ilha e se esconderam em um apartamento esperando a
situação se acalmar um pouco para que possam sair".
O atentado em Mallorca foi o segundo
atribuído ao ETA em 48 horas. Na quarta-feira (29), 60 pessoas
ficaram feridas na explosão de um carro-bomba que realizado contra
um prédio da Guarda Civil de Burgos.
A Guarda Civil, assim como a polícia,
os militares, membros do governo regional basco e prefeituras, são
alvos prioritários do grupo.
Alerta
Em vários pontos da Espanha, pessoas
se reuniram silenciosamente para condenar os ataques.
Enquanto isso, o Ministério do
Interior mantém vigente a operação "Jaula", iniciada na quinta-feira
para buscar os autores do atentado na ilha e para reforçar a
segurança em todo o país.
A agência de notícias France Presse
constatou que, em Madri, militares do quartel general do Exército em
Tierra, no centro da cidade, inspecionam veículos que se
aproximavam.
O primeiro-ministro, Jose Luis
Rodríguez Zapatero, indicou na quinta-feira que deu "instruções às
forças de segurança do Estado para que extremem ao máximo a
vigilância" e "se protejam desses desprezíveis assassinos".
O aeroporto de Mallorca, que no ano
passado recebeu 22,8 milhões de turistas, ficou fechado por duas
horas logo após a explosão, e foram proibidas saídas pelos portos
marítimos.
Nesta sexta, os portos estão abertos
mas o tráfego foi restringido "por medidas de segurança", segundo as
autoridades.
Aniversário
No aniversário de 50 anos da fundação
do ETA --que em cinco décadas deixou mais de 800 mortos-- será
comemorado nesta sexta-feira pela minoria nacionalista que
compartilha com o grupo o objetivo de que o País Basco seja
independente do resto da Espanha.
Para o governo espanhol, o ataque de
quarta-feira (29) foi realizado pelo grupo, embora não tenha havido
nenhum telefonema de alerta sobre o ataque --o que é uma
característica do modus operandi dos separatistas.
Se for confirmado que os dois
atentados foram realizados pelo grupo, haverá uma divergência com as
afirmações do governo de que o ETA foi seriamente enfraquecido após
grandes operações da polícia realizadas na Espanha e na França nos
últimos meses.
As forças de segurança acreditam que
os separatistas, após a prisão de líderes do grupo, estão tentando
mostrar força e que continuam capazes de atingir o Estado espanhol,
mantendo alta a moral entre os apoiadores de sua causa.
O último ataque fatal atribuído ao
ETA ocorreu em junho, quando um carro explodiu, causando a morte do
inspetor da Polícia Nacional Eduardo Puelles Garcia, chefe do Grupo
de Vigilâncias Especiais da Brigada de Informação, que combate o
terrorismo no país.
O governo socialista de Zapatero
interrompeu as negociações de paz com o grupo depois que rebeldes
mataram duas pessoas em uma explosão de um carro-bomba no aeroporto
de Madri em dezembro de 2006.