Filho de Sarney é
indiciado pela PF por três crimes
Filho do presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), o empresário Fernando José Macieira Sarney
foi interrogado ontem por pelo menos seis horas na Superintendência
da Polícia Federal (PF) do Maranhão, em São Luís, no âmbito da
Operação Boi Barrica. A operação, iniciada há dois anos e quatro
meses para mapear transações financeiras suspeitas às vésperas da
eleição de 2006, se desdobrou em cinco diferentes inquéritos, que
apuram os crimes de evasão de divisas, corrupção em setores do
governo federal comandados por apadrinhados do peemedebista,
formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
O empresário foi indiciado pelos três últimos crimes.
Conhecido como o homem de negócios de
uma família de políticos, Fernando chegou para depor acompanhado do
advogado Eduardo Ferrão. O depoimento do empresário foi a última
etapa antes da conclusão de pelo menos três dos cinco inquéritos em
curso na PF. Os primeiros relatórios contendo o resultado desses
inquéritos serão remetidos nos próximos dias para o Ministério
Público Federal (MPF) no Maranhão, que formou uma força-tarefa para
cuidar do caso e até o próximo mês deverá decidir se processa
Fernando e demais envolvidos.
Além do empresário, primogênito do
presidente do Senado, há outros familiares entre os alvos da
Operação Boi Barrica, nome alusivo a um grupo folclórico do Maranhão
que tem os Sarney como padrinhos. É o caso de uma das netas do
senador, Ana Clara Sarney. Filha de Fernando, Ana Clara foi incluída
no rol de investigados com a mãe, Teresa Murad Sarney. As duas,
também intimadas a prestar depoimento na Polícia Federal, figuram
como sócias de empresas com transações financeiras consideradas
suspeitas pela polícia.
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