Gripe Suína tem
controle falho
O sistema de vigilância
sentinela do vírus da gripe no Brasil tem "falhas e
descontinuidades" em "grande parte" da sua rede, segundo admite o
Ministério da Saúde em protocolo contra a gripe suína divulgado
anteontem. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no entanto,
havia dito nesta semana que a rede "em grande parte funciona". O
sistema, operado por Estados e municípios, tem 62 unidades que devem
monitorar os tipos de vírus influenza circulantes para auxiliar na
produção de vacinas e verificar se há novos tipos afetando a
população.
Segundo o documento do ministério, "a
análise dos dados de atendimento e coleta registrados no sistema de
informação (...) tem apontado para a necessidade de fortalecimento
das ações preconizadas para esta vigilância, considerando que ainda
há muitas falhas e descontinuidade das atividades em grande parte da
rede e que esta é uma estratégia que pode captar casos de influenza
pelo novo vírus de influenza A(H1N1) na comunidade." Apesar do
documento oficial falar em problemas em "grande parte" da rede, a
pasta, via assessoria, informou ontem que as falhas são da
"minoria", mas não forneceu os locais em que os problemas foram
detectados nem concedeu entrevista. Informou apenas que existiriam
falhas no número de amostras coletadas.
Segundo especialistas, os maiores
problemas vêm ocorrendo na rede sentinela da cidade do Rio de
Janeiro, desde o ano passado. Anteontem houve uma reunião de
emergência para a retomada total dos trabalhos. "Durante a epidemia
de dengue (de 2008) houve descontinuidade da rede sentinela",
admitiu o superintendente de vigilância em saúde da cidade, José
Cerbino Neto, que alegou ainda que os laboratórios estavam
sobrecarregados por testes da nova gripe e não podiam atender a
rede. A situação melhorou, afirma. Ainda segundo o dirigente, as
avaliações do número de casos atendidos já foram retomadas.
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