O ETA surgiu como uma dissidência do
Partido Nacionalista Basco (PNB), fundado em 1894 para obter, pelas
vias políticas, a independência da região. O partido conseguiu
sobreviver, ilegalmente, pela ditadura de Franco com a manutenção de
um quartel general em Paris, na França.
Um grupo de jovens partidários,
cansados da falta de conquistas do partido e de sua rejeição ao
confronto armado, fundou o ETA. Nos próximos anos, a nova
organização desenvolveu-se com a ajuda dos marxistas e estabeleceu o
socialismo revolucionário como objetivo.
Em 1966, na quinta conferência do
grupo, o ETA dividiu-se ideologicamente em duas alas: os
nacionalistas, ou ETA-V, que mantiveram o ideal original de
autonomia basca, e os ideologistas, ou ETA-VI, que favoreciam a
linha marxista de independência basca e engajaram na campanha de
violência e assassinatos.
Cerca de dois anos depois da divisão,
o grupo começou efetivamente sua campanha de violência na Espanha
--principalmente com atentados com carros-bomba e assassinatos de
alvos específicos. A primeira vítima foi Meliton Manzanas, chefe de
polícia na cidade basca de San Sebastian. Ele foi morto a tiros em 7
de junho de 1968.
Atualmente, o grupo é
responsabilizado por ao menos 850 mortes.
O regime de Franco tentou acabar com
o ETA nas Províncias bascas com prisões, espancamentos e até mesmo
tortura. Até o começo dos anos 70, os principais líderes haviam sido
presos pela polícia e submetidos a julgamentos em tribunais
militares na cidade de Burgos.
Nas duas décadas seguintes, contudo,
o ETA receberia a adesão de cerca de mil membros de uma população
regional de cerca de 2 milhões. O grupo alternava entre as medidas
políticas e os atentados violentos na luta pela independência
regional.
Depois da morte de Franco, em 1975,
os governos democráticos da Espanha fizeram avanços no
estabelecimento da autonomia regional das Províncias bascas e
ofereceram perdão aos membros do ETA que renunciassem ao terrorismo.
Na década seguinte, contudo, o número
de mortes em atentados a bomba e assassinatos do ETA aumentaram
significativamente --a maioria dos alvos eram militares, juízes e
membros do governo.
Nos anos 90, a França ampliou a
cooperação com a Espanha na campanha contra os terroristas --que
tradicionalmente buscavam refúgio no país vizinho.
Os partidos políticos ligados ao ETA
também foram banidos. Anteriormente, partidos como Batasuna
conseguiam cerca de 12% dos votos.
Em setembro de 1998, o ETA declarou
cessar-fogo, que durou 14 meses. Em março de 2006, anunciou uma
trégua permanente. Em dezembro do mesmo ano, contudo, o grupo
realizou um ataque a bomba no aeroporto de Madri que deixou vários
mortos. Em junho de 2007, cancelou oficialmente o cessar-fogo.
Em janeiro de 2008, sob aceno do ETA
por um novo acordo, o presidente do governo espanhol, Jose Luis
Rodriguez Zapatero, fecha a porta para o diálogo e diz que o único
caminho é a rendição unilateral.
Em 30 de janeiro deste ano, o ETA
anunciou que continuará lutando no aniversário de 50 anos de sua
fundação.
As autoridades realizaram desde então
uma série de prisões de líderes importantes do ETA e afirmam que o
grupo basco foi reduzido e enfraquecido a um grupo pequeno de
comandos com dois ou três membros cada.
A lista de detidos inclui Jurdan
Martitegi, ex-líder militar do ETA conhecido como "o gigante", um
suposto líder do grupo Mikel Albisu Iriarte, conhecido como Mikel
Antza, e o líder Francisco Javier Lopez Pena, conhecido como
Thierry.
Há, atualmente, cerca de mil membros
do ETA em prisões da Espanha e França.