Anatel proíbe
Telefônica de vender banda larga
SÃO PAULO (Reuters) - A Agência
Nacional de Telecomunicações decidiu proibir a Telefônica de vender
seu serviço de acesso rápido à Internet depois de uma série de
interrupções no serviço Speedy nos últimos meses.
Em determinação publicada no Diário
Oficial da União nesta segunda-feira, a Anatel dá 30 dias para a
Telefônica apresentar plano que garanta a disponibilidade do
serviço, "inclusive planejamento de contingência, gerenciamento de
mudanças, implantação de redundância de redes e sistemas críticos,
planejamento operacional e cronograma, que indique data a partir da
qual estejam implementadas medidas que assegurem a regularidade do
serviço".
A proibição da venda do serviço
Speedy vale até que a Anatel comprove que as medidas de
regularização do serviço foram executadas.
Caso a empresa descumpra a
determinação, a agência estabeleceu multa de 15 milhões de reais
mais 1 mil reais para cada acesso do Speedy vendido.
A Telefônica informou que ainda não
foi notificada oficialmente da decisão da Anatel e que, por isso,
não vai se manifestar sobre o assunto, mas afirmou que a decisão da
agência não impactará ou interromperá serviços prestados aos atuais
usuários do Speedy.
Segundo a Anatel, o serviço Speedy
apresenta "crescente evolução de reclamações de usuários" e as
seguidas repetições nas interrupções do acesso atingiram "número
expressivo de usuários".
A determinação também obriga a
Telefônica a informar futuros clientes da suspensão nas vendas com a
mensagem: "Em razão da instabilidade da rede de suporte ao serviço
Speedy, a Anatel determinou a suspensão, temporariamente, da sua
comercialização"
As ações da Telefônica na Bovespa
exibiam queda de 0,23 por cento às 11h51, cotadas a 43,30 reais. No
mesmo horário, o Ibovespa operava em baixa de 2,95 por cento.
Em abril, o conselheiro da Anatel,
Plínio de Aguiar Júnior, afirmou que a Telefônica não tinha domínio
técnico-operacional suficiente para controlar o sistema de banda
larga. Nesse mesmo mês, a empresa havia informado que o serviço
Speedy foi alvo de ataques externos deliberados de hackers.
A companhia tem cerca de 2 milhões de
clientes do serviço Speedy.
No ano passado, uma pane na rede de
dados da empresa afetou milhões de pessoas no Estado de São Paulo ao
cortar por várias horas serviços de Internet rápida de órgãos
públicos. Depois de resolvido o problema, a Telefônica concedeu
cinco dias de desconto na fatura dos assinantes do Speedy.
A Telefônica, que anunciou
investimentos de 2,4 bilhões de reais no Brasil em 2009, foi alvo de
abertura de ação civil pública pela Promotoria de Justiça do
Consumidor do Ministério Público de São Paulo que pede multa à
empresa de 1 bilhão de reais por danos materiais e morais causados
nos últimos cinco anos pela "má qualidade dos serviços prestados e
violação dos direitos dos usuários".
Leve o as Notícias para o seu site ou
blog
Fonte
Veja historial completo das
notícias destacadas
|