Coreia do Norte
prepara lançamento de míssil contra EUA
A Coreia do Norte está
preparando um míssil, concebido para atingir os Estados Unidos, cujo
lançamento poderia ocorrer em semanas, aumentando a tensão depois do
segundo teste nuclear subterrâneo realizado pelo país, informaram
jornais sul-coreanos nesta segunda-feira, citando fontes não
identificadas do governo.
Imagens de satélite e outros dados de
inteligência sinalizaram nesta segunda-feira que o governo
norte-coreano transportou seu mais avançado míssil de longa
distância para a nova instalação de Dongchang-ni, próxima à China.
Ele pode estar pronto para ser lançado nas próximas duas semanas,
segundo relatou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O jornal "JoongAng Ilbo", citando uma
fonte do governo da Coreia do Sul, afirmou que pode se tratar de um
míssil balístico intercontinental que pode atingir até 6.500 km de
distância.
Assim, o Estado do Alasca e bases
americanas na ilha de Guam, no Pacífico, além de todo o Japão,
estariam ao alcance do míssil.
Em visita a Manila, nas Filipinas, o
secretário de Defesa americano, Robert Gates, disse que, apesar de a
Coreia do Norte estar trabalhando em seus mísseis de longo alcance,
ainda não estavam claros os objetivos do país.
A atividade no campo de lançamento
ocorre depois de o Conselho de Segurança da ONU ameaçar punir
Pyongyang pelo teste nuclear de 25 de maio, e antes de um encontro
em Washington entre o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, e
o americano, Barack Obama, em 16 de junho.
O presidente sul-coreano alertou, em
sua mensagem semanal no rádio, que país "nunca irá tolerar" ameaças
militares.
A guarda costeira do sul estava
escoltando barcos pesqueiros nas proximidades da ilha de Yeonpyeong,
e a agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que tropas da
Coreia do Norte realizaram manobras anfíbias e manobras rápidas, o
que poderia ser uma preparação para confrontos no mar.
As Coreias encerraram a guerra de
três anos em 1953 com uma trégua, mas Pyongyang disse na semana
passada que deixará de cumprir as condições do armistício. O governo
norte-coreano também contesta a fronteira marítima ocidental
determinada pela ONU, ao redor da qual conflitos sangrentos com a
Coreia do Sul ocorreram em 1999 e 2002.
Nenhum incidente foi reportado na
Zona Desmilitarizada que separa os dois países, e a vida parece
normal no lado norte-coreano do rio Yalu, que marca a fronteira do
país com a China.
Em meio à tensão na península
coreana, o governo da Coreia do Norte anunciou que na próxima
quinta-feira (4) começará o julgamento de duas jornalistas
americanas, Laura Ling e Euna Lee, acusadas de entrar no país
ilegalmente e de participar de "atos hostis".
Aviso
As recentes ações da Coreia do Norte
aconteceram após sinais de escalada da tensão enviados pelo regime
comunista liderado por Kim Jong-Il.
No final de abril, Pyongyang ameaçou
realizar testes nucleares e com mísseis de longo alcance ao menos
que o Conselho de Segurança se desculpasse pelas críticas feitas
pelo lançamento feito em 5 de abril, que teve o objetivo de colocar
um satélite em órbita, segundo o governo norte-coreano, mas que foi
considerado pelo governos ocidentais como um teste de míssil
balístico --uma infração das sanções impostas ao país em 2006.
Na semana passada, o governo
norte-coreano ameaçou tomar outras medidas de "autodefesa" se o
Conselho de Segurança provocasse o país --a ameaça foi entendida
como uma referência a um teste com um míssil intercontinental.
Ressaltando a ameaça, a Coreia do
Norte designou uma grande área de sua costa ocidental como "não
navegável" até o fim do próximo mês, de acordo com o jornal
sul-coreano "Chosun Ilbo".
Por outro lado, a imprensa
norte-coreana defende o posicionamento desafiador do país, que teria
sido provocado pela Coreia do Sul e pelos EUA.
"Os imperialistas americanos e as
marionetes da Coreia do Sul perpetraram ao menos 200 casos de
espionagem aérea contra a República Democrática Popular da Coreia em
maio, ou 30 casos a mais do que no mesmo mês do ano passado",
escreveu a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
Especialistas dizem que a capacidade
militar da Coreia do Norte, apesar de estar aumentando, ainda não é
uma ameaça direta aos seus vizinhos. Eles dizem que a principal
preocupação é que o regime norte-coreano tente vender a tecnologia
nuclear para outros países.
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Fonte:
folha.uol.com.br
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