Famílias
americanas vivem em tendas de campanha pela crise
San
Francisco (EUA), 15 mar (EFE).- Até há pouco tempo eram
trabalhadores de classe média que viviam em casas com jardim, mas a
recessão está empurrando milhares de famílias nos Estados Unidos
para o inimaginável: viver em tendas de campanha, quartos ou motéis
baratos de estrada.
Em Sacramento, capital do estado da
Califórnia e uma das regiões do país onde a crise imobiliária bateu
com mais força, um acampamento para gente sem lar já abriga centenas
de pessoas e cresce a um ritmo de 50 novos residentes por dia.
Este assentamento de tendas de
campanha sem serviços de nenhum tipo atraiu a atenção da imprensa e
das ONGs, que alertam para as más condições higiênicas e do risco de
que doenças como o cólera comecem a se propagar.
Os moradores da "tent city", como
estes acampamentos são conhecidos nos EUA, não são apenas vagabundos
e alcoólatras, mas também várias famílias que perderam seus
trabalhos e suas casas por não poder arcar os pagamentos da
hipoteca.
"Há entre 300 e 400 pessoas vivendo
aqui, é difícil de dizer porque seu número cresce a cada dia", disse
à Efe um porta-voz da organização humanitária Loaves and Fishes, que
atende as necessidades das pessoas sem lar.
"Estamos preocupados com as condições
sanitárias", acrescentou. "Não há saneamentos, não há água, só latas
de lixo".
Sua organização apoia a proposta do
prefeito de Sacramento, Kevin Johnson, de transformar o acampamento
em um assentamento permanente. "Se não é possível dar a estas
pessoas uma casa, que pelo menos tenham um lugar para viver com os
serviços adequados", disse.
Johnson, uma antiga estrela da equipe
de basquete Phoenix Suns, conseguiu atrair a atenção dos meios de
comunicação para "tent city" de Sacramento que, embora não seja a
única do país, se transformou em um símbolo da recessão.
"Durante anos tentamos colocar os
"sem-teto" debaixo do tapete", reconheceu Johnson em entrevista esta
semana. "Apoiamo-nos nos bons samaritanos e nas ONG's, mas agora o
problema nos supera".
Johnson propôs a criação de um
assentamento permanente para estas famílias com a ajuda de parte dos
US$ 2,3 bilhões que o programa de estímulo econômico do presidente
Obama dedica para resolver os problemas do povo sem lar.
A organização Loaves and Fishes
denuncia que o número de pessoas sem casa cresceu na região 26% no
último ano e que estão se encontrando com famílias em situações
dramáticas.
Segundo uma pesquisa do Centro
Nacional Para Famílias sem Lar, cerca de 1,5 milhão de crianças nos
EUA, uma em cada 50, carecem de casa, mas a própria organização
reconhece que os números estão defasados.
"Estes números crescerão à medida que
as execuções de (embargos de) casas continuarem aumentando", disse
Ellen Bassuk, presidente do centro, em comunicado.
Em Orange County, ao sul da
Califórnia, a imprensa alertou de um triste fenômeno: cada vez mais
famílias vivem em quartos de motel durante meses, ou inclusive,
anos, após perder seus lares ou trabalhos.
A região é conhecida pelos altos
preços dos aluguéis, a escassez de casas subsidiadas pelo Estado e a
abundância de motéis vazios que em outros tempos alojavam os
turistas da Disneylândia.
Em seus quartos vivem hoje, segundo
as organizações humanitárias da região, mais de mil famílias, que
pagam em torno de 800 dólares semanais pelo alojamento, mas que não
têm economias para enfrentar o depósito de um aluguel nem acesso a
créditos para a compra de uma casa.
Leve o as Notícias para o seu site ou
blog
Fonte:
br.noticias.yahoo.com
Veja historial completo das
notícias destacadas
|