Desemprego tem
crescimento recorde
O desemprego em seis das
principais regiões metropolitanas do país --Belo Horizonte, Distrito
Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo-- ficou em 13,9%
em fevereiro, contra 13,1% em janeiro, segundo pesquisa da Fundação
Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta quarta-feira.
Apesar de esperado, o crescimento foi
o mais intenso para o período de toda a série, iniciada em 1998. Em
relação à taxa de desemprego, porém, trata-se da mais baixa para um
mês de fevereiro. No ano passado, no mesmo período, a taxa era de
14,5%.
No mês passado, o contingente de
desempregados nas seis regiões foi estimado em 2,756 milhões de
pessoas, 136 mil a mais do que no mês anterior --resultado da
eliminação de 229 mil postos e a saída de 94 mil trabalhadores do
mercado.
"Esse movimento é usual. O que nos
assusta um pouco é a intensidade do crescimento do desemprego, só
comparável ao período crítico da crise no início dos anos 90", disse
Alexandre Loloian, coordenador de análises da Seade.
Em fevereiro, o nível de ocupação
diminuiu 1,3%, pelo segundo mês seguido, o que também era esperado
de janeiro para fevereiro, segundo o Dieese/Seade. O total de
ocupados nas seis regiões investigadas foi estimado em 17,107
milhões de pessoas, e a PEA (População Economicamente Ativa), em
19,863 milhões.
O crescimento da taxa de desemprego
ocorreu em quase todas as regiões, com exceção de Salvador, onde
ficou estável em 19,4%. No Distrito Federal a taxa passou de 15,7%
em janeiro para 16,3% em fevereiro; em Belo Horizonte foi de 8,8%
para 9,4%; em Porto Alegre, de 10% para 10,4%; em Recife, de 18,3%
para 19,1%; e em São Paulo, de 12,5% para 13,5%.
"Além da intensidade da eliminação de
ocupação, preocupa a perspectiva de que é não é um efeito
estritamente sazonal. A gente não sabe o quanto vai durar. O mercado
de trabalho é estratégico para combater a crise, com a manutenção do
emprego e renda, e assim tem de ser tratado", afirmou a técnica do
Dieese, Patrícia Lino Costa.
Segundo os principais setores de
atividade, houve queda em todos os pesquisados. O nível ocupacional
recuou nos serviços (eliminação de 88 mil ocupações), na indústria
(77 mil), na construção civil (27 mil), comércio (27 mil) e em
outros setores (10 mil).
Em janeiro, no conjunto das regiões
pesquisadas, o rendimento médio real dos ocupados ficou estável
(leve alta de 0,2%) e passou a valer R$ 1.193, enquanto o dos
assalariados permaneceu em R$ 1.255.
São Paulo
Na região metropolitana de São Paulo,
em fevereiro, o contingente de desempregados foi estimado em 1,397
milhão de pessoas, 92 mil a mais do que em janeiro --resultado da
eliminação de 179 mil postos e da saída de 87 mil pessoas do mercado
de trabalho. O nível de ocupação (8,953 milhões) em fevereiro recuou
2% em relação ao mês anterior (9,132 milhões).
Apesar do crescimento da taxa de
desemprego para 13,5%, trata-se do menor patamar para um mês de
fevereiro desde 1996.
Por setor, o emprego na indústria
retraiu 4,1% (terceiro mês seguido de queda), em serviços caiu 0,9%,
no comércio recuou 0,7% e em outros serviços (construção civil e
doméstico principalmente), teve queda de 5,4%.
O rendimento médio real dos ocupados
aumentou 0,8% em janeiro ante dezembro e passou para R$ 1.229, e o
dos assalariados, subiu 0,4%, para R$ 1.271.
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Fonte:
folha.uol.com.br
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