iPhone 3.0
Depois da novidade vem a
cobrança. Enquanto o iPhone reinava livre no mercado, como o
primeiro celular multitouch e com ótimo uso da interface sem botões
físicos, poucos questionavam suas ausências gritantes e
injustificáveis: copiar-e-colar, MMS, gravação de vídeos, tethering,
Bluetooth estéreo…
Quase dois anos depois, a realidade é
outra. Praticamente todos os grandes fabricantes do mercado têm
celulares com interface sensível ao toque à venda e um, em
particular, começa a fazer barulho antes mesmo de chegar às lojas.
À Apple cabia chamar o barulho para
si, como bem sabe fazer, na apresentação de hoje da versão 3.0 do
firmware do iPhone. Falhou feio ao prometer funções que existem na
concorrência há anos.
Copiar-e-colar, conexão sem fio entre
celulares, Bluetooth estéreo, MMS, teclado na horizontal, sincronia
de anotações, integração com calendários. São bem-vindos por quem
usa um iPhone, mas apenas a obrigação da Apple, que diz ter o melhor
celular do mercado.
Vale destacar a navegação automática
de mapas, desejada por quem quer transformar o iPhone 3G em um GPS
automotivo, mas que por questões contratuais só funcionará com mapas
de terceiros. Espere gastar mais para ter o benefício.
A gravação de vídeos, curiosamente,
nem foi citada. Está esquecida, na gaveta de algum desenvolvedor em
Cupertino.
Outras novidades são interessantes,
como a busca integrada na linha da Spotlight do OS X, mas que só
funciona offline (com exceção dos e-mails em IMAP) e nos aplicativos
da Apple.
A quebra do limite entre a web e o
celular é um dos potenciais do Pre, no qual não há diferença entre a
busca por um contato na memória do aparelho ou o mesmo termo na
Wikipedia ou Google. Torça para que essa busca seja aberta a
terceiros e imagine a integração de serviços como Google Docs,
Orkut, Flickr, Wordpress.
O iPhone 3.0 é perfeito para os
desenvolvedores, que ganharam formas de cobrar por conteúdo extra
dentro de seus programas, a partir de download e pagamento
dinâmicos. Em um game, por exemplo, será possível oferecer novos
níveis no momento em que o usuário chegar ao fim, baixando e pagando
na hora. O modelo só vale para softwares comprados.
De fora continua a multitarefa, mas a
Apple ressuscitou as notificações para aplicativos, prometidas para
setembro do ano passado e desde então esquecidas. Elas exibem
números de itens (mensagens não lidas, por exemplo), avisos em áudio
e mensagens no centro da tela e alertas persistentes que exigem uma
ação, como os alarmes e torpedos atuais. A Apple justifica a falta
da multitarefa com a queda de até 80% da autonomia da bateria,
estudada em aparelhos com Android, Windows Mobile. As notificações
do iPhone consumiriam apenas 23%. Quem usa um celular da
concorrência está acostumado a ter vários progamas rodando em
paralelo, com bom desempenho e bateria. O cuidado da Apple é
louvável, mas não compensa a falta do processo no iPhone.
A versão 3.0 também acaba com a
sincronia de funções entre os modelos do celular. O iPhone original
não terá o MMS ou Bluetooth estéreo. Segundo a Apple, as mensagens
multimídia não são suportadas pelo chip de rádio do aparelho. O
firmware será gratuito para qualquer modelo do celular, mas pago
para o iPod Touch.
A Apple ainda tem uma chance de se
redimir em julho, quando deve lançar o novo iPhone. Câmera melhor,
mais memória e hardware rápido são possibilidades. Mas o anúncio de
hoje já delimita o que ele poderá fazer - a não ser que a Apple ouça
as críticas e o altere radicalmente.
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Fonte:
futuro.vc
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