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Hondurenhos fazem marchas contra e a favor a eleição de domingo

 

Hondurenhos fazem marchas contra e a favor a eleição de domingo

Organizações que apoiam o governo interino de Honduras realizaram nesta quarta-feira uma marcha em apoio às eleições gerais do próximo domingo, enquanto a frente de resistência que exige o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya repetiu seu apelo para que os hondurenhos não participem da votação.

Centenas de pessoas foram às ruas incentivando os eleitores a votar e denunciando interferência estrangeira no país. Cerca de 4,6 milhões de hondurenhos estão registrados para votar no domingo para eleger o presidente, deputados e prefeitos para o período 2010-2014, com início em 27 de janeiro.

"Honduras livre, soberana, independente", gritavam os manifestantes convocados pela União Cívica Democrática (UCD), formada por grupos empresariais, religiosos e sociais, favorável ao governo interino de Roberto Micheletti, que se licenciou da Presidência nesta quarta-feira para tentar afastar preocupações sobre sua interferência nas eleições.

Os manifestantes, em sua maioria vestidos de branco --a cor da UCD-- seguraram uma bandeira de Honduras com cerca de 40 metros de comprimento e soltaram balões brancos no ar.

Segundo Jimmy Dacarett, da UCD, a marcha, que seguiu rumo ao palácio presidencial, no centro da capital, pretendia "incentivar os homens, mulheres e jovens a participar da grande festa eleitoral de 2009, que será sem dúvida um momento de grande importância para os hondurenhos que amam este país".

Manifestantes carregavam cartazes com alusões ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticado pelos apoiadores do governo interino por abrigar na embaixada brasileira em Tegucigalpa o presidente desde 21 de setembro, quando Zelaya retornou ao país clandestinamente.

Em contrapartida, o coordenador da Frente de Resistência contra o Golpe, Juan Barahona, reiterou seu "chamado ao povo hondurenho para não votar neste 29 de novembro ", porque, segundo ele, o processo eleitoral é conduzido por um "regime ilegal e golpista".

Enquanto isso, a frente de resistência reuniu dezenas de seus membros em um novo protesto em frente ao Parlamento. Segundo Barahona, o movimento não reconhece a eleições e não irá reconhecer o presidente que for eleito.

Barahona disse esperar que "o povo hondurenho atenda a este chamado". A frente pediu para que a população não saia de casa no domingo, a fim de evitar a "repressão das forças de segurança", que segundo ele vai se intensificar antes e durante as eleições.

O Brasil e maior parte dos países do continente disseram que não reconhecerão eleições em Honduras que sejam conduzidas antes do retorno de Zelaya à Presidência, mas os Estados Unidos reafirmaram nesta terça-feira seu apoio à votação, com assistência técnica e envio de observadores. O Departamento de Estado argumenta que a eleição foi convocada antes da deposição de Zelaya e afirma que o reconhecimento só pode ser decidido após a votação. Os candidatos também foram decididos antes da crise, e nem Zelaya nem Micheletti estão concorrendo.

A deposição de Zelaya aconteceu após semanas de tensão devido à tentativa do presidente de realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais, vista como uma tentativa de aprovar a reeleição, proibida por uma cláusula pétrea constitucional. A consulta também não preenchia os requisitos legais para referendos, e era apresentada como um tipo de pesquisa pelo governo. O presidente deposto nega que quisesse permanecer no poder além de seu mandato atual.

A Suprema Corte considerou ilegal a tentativa de mudança constitucional e validou a destituição, mas um virtual consenso da comunidade internacional classificou de golpe a deposição de Zelaya, expulso de pijamas do país pelas Forças Armadas.

O retorno de Zelaya ao país aumentou a pressão sobre o governo interino, e representantes de Micheletti e de Zelaya assinaram um acordo em 30 outubro para resolver a crise, sob mediação americana. Mas o presidente deposto considerou-o rompido por divergências sobre a formação de um governo de unidade nacional previsto no texto.

Zelaya exigiu seu retorno imediato, mas o Parlamento hondurenho adiou a decisão para depois eleições, e o governo que era para ser de união nacional acabou sendo formado sem representantes do governo deposto e ainda sob o comando de Micheletti, que assumiu a Presidência em junho.

O governo de interino convocou 5.000 reservistas das Forças Armadas para garantir a realização das eleições e proibiu o porte de armas, argumentando a existência de grupos que tentariam desestabilizar a votação.

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Fonte

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