Mujica parecia não acreditar na
própria vitória no discurso feito a milhares de simpatizantes na
Rambla, a avenida costeira de Montevidéu. "Existem aqueles que
acreditam que o poder está acima de nós e não percebem que, na
verdade, está nos corações das grandes massas. Obrigado! Me custou
uma vida inteira entender isso. Obrigado para sempre", disse Mujica.
Mujica negou as repetidas acusações
de Lacalle de que ele sequestrará a democracia no Uruguai e
instalará um Estado socialista radical modelado na Venezuela de Hugo
Chávez. Ele disse que se inspira não em Chávez, mas no presidente do
Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que também subiu da militância,
como líder sindical, para se tornar um popular centrista na
administração do governo.
O presidente eleito também afirmou
que continuará as políticas do presidente Tabaré Vázquez, cujo
governo é aprovado por 71% da população uruguaia e deixará o cargo
em 1º de março de 2010.
Lacalle admitiu que Mujica será o
presidente de todos os uruguaios, mas também invocou os temores dos
seus partidários, ao prometer que na oposição ele será "um soldado
da verdade, um guardião das instituições e defensor das leis". Com
informações da Dow Jones.