O governador contou ter recebido um
telefonema do presidente Lula após os conflitos no Morro dos
Macacos, na zona norte da capital fluminense, onde um helicóptero da
Polícia Militar foi derrubado no sábado por tiros de supostos
traficantes, matando dois policiais na hora e um terceiro nesta
segunda-feira, vítima de ferimentos graves.
Segundo Cabral, parte dos recursos
será usada na compra de um helicóptero blindado para a polícia
fluminense. O helicóptero alvejado no fim de semana só tinha
blindagem na fuselagem inferior.
"Recebi um telefonema do presidente
Lula para prestar apoio e confirmando a liberação de recursos para
esse helicóptero. São recursos de mais de 100 milhões de reais nos
próximos seis meses", disse o governador a jornalistas.
O conflito no Morro dos Macacos
começou na madrugada de sábado, quando traficantes de facções
criminosas rivais entraram em confronto na favela entre si e com a
polícia. Dez suspeitos morreram no sábado, de acordo com a polícia.
No domingo, mais dois corpos foram
encontrados no alto do morro e outros dois suspeitos de envolvimento
com a invasão do morro morreram em confronto com policiais na Favela
do Jacarezinho, também na zona norte.
A polícia fluminense realiza nesta
segunda-feira várias ações coordenadas em pelo menos seis favelas da
zona norte da capital, com 4 mil homens de prontidão, de acordo com
o major da PM Oderley Santos, relações públicas da corporação.
"Temos por objetivo nessas operações
prender traficantes que participaram direta ou indiretamente do
ataque ao helicóptero no Morro dos Macacos", afirmou o major. Em uma
das operações após o incidente com o helicóptero, a polícia
apreendeu duas metralhadoras capazes de abater aeronaves.
A polícia investiga se a ordem para a
invasão ao Morro dos Macacos partiu do presídio federal de
Catanduvas, no Paraná, onde estão presos chefes do tráfico de drogas
na cidade.
"O Morro dos Macacos é estratégico
para a polícia e para os bandidos. Sempre que uma facção acha que a
rival está fragilizada tenta ampliar seus domínios no Morro",
afirmou o chefe da Polícia Civil, Alan Turnowski.