O representanto diz ter ouvido dos
moradores que policiais deram suporte à tentativa de invasão
ocorrida na noite da última sexta-feira. "Os boatos que correm na
comunidade e, já ouvi isso de vários moradores, dão conta que um "caveirão"
da PM deva apoio ao pessoal que invadiu. É uma história que precisa
de averiguada pela polícia", conta.
Os moradores da comunidade, segundo o
presidente da associação, têm medo tanto dos traficantes que
controlam as ações no morro quanto dos policiais. Ele disse também
que existe diferenças de relação entre policiais de diferentes
patentes e corporações. "A polícia que estava na entrada da
comunidade, que era do Choque e faz a ronda da comunidade, nos
trataram com deboche, ironias, da pior forma possivel. Já o pessoal
do Gate não. Eles chegaram na comunidade meia-noite (do dia da
invasão) e ficaram até domingo. Interagiram com os moradores,
passaram um pouco de tranquilidade", falou.
Segundo Lima, grande parte dos
moradores do morro dos Macacos está sem luz desde o final de semana,
porque os transformadores foram atingidos por balas e a empresa
responsável pelo serviço se recusa a atender a comunidade. Boa parte
das crianças também ficaram sem aula. "A semana passada quase nao
teve aula. Os moradores que têm filhos estão com medo, uma situação
calamitosa", disse.
Acusado de ser um dos responsáveis
pela invasão ao morro dos Macacos no dia 17 de outubro, Fabio Luiz
Gonçalves dos Santos, 27 anos, o Binho da Matriz, foi levado para a
Polinter de Neves, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.
De acordo com o comissário Jaime da Silva, chefe do grupo de
investigações criminais, havia denúncias de uma tentativa de resgate
do preso por parte de traficantes do morro da Matriz. No momento da
prisão, ele teria tentado subornar os policiais para evitar a
detenção. Binho foi autuado em flagrante por porte de munição de
calibre restrito, associação para o tráfico e tentativa de suborno.
Ao longo de toda a semana passada, a
Polícia Militar desencadeou operações em várias favelas do Rio de
Janeiro, entre elas o Complexo da Penha, como resposta à tentativa
de invasão do Morro dos Macacos por criminosos no último dia 17. Na
ocasião, várias pessoas morreram, entre elas três policiais que
estavam em um helicóptero derrubado por traficantes. Em decorrência
dos confrontos, 42 pessoas morreram no Rio.