A aprovação da emenda é considerada
por especialistas arma fundamental no combate ao trabalho análogo à
escravidão no Brasil. Atualmente as punições aos exploradores desse
tipo de mão-de-obra são as determinadas no artigo 149 do Código
Penal, que prevê de dois a oito anos de prisão, e a inclusão do nome
na "lista suja" do Ministério do Trabalho e Emprego, que pune os
reincidentes com restrições de crédito.
Apresentada pela primeira vez em 1998
pelo deputado Paulo Rocha (PT-PA), a PEC do Trabalho Escravo seguiu
para o Senado, onde em 1999 foi transformada na atual proposta,
pelas mãos do ex-senador Ademir Andrade (PSB-PA). A proposta chegou
a ser aprovada em primeiro turno pela Câmara em agosto de 2004 por
326 parlamentares, como resposta às cobranças populares pelo
assassinato de três auditores fiscais e um motorista do Ministério
do Trabalho em Unaí (MG), em janeiro do mesmo ano.
O problema é que logo depois da
aprovação de primeiro turno a bancada ruralista passou a trabalhar
contra a proposta e até hoje não houve acordo entre os líderes de
partido para retomar a PEC às votações.